A Walt Disney Co. (DIS) registrou lucro de US$ 1,31 bilhão no quarto trimestre fiscal, um aumento de 185,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados do balanço divulgado nesta quinta-feira (13).
A receita, porém, ficou em US$ 22,5 bilhões, valor que corresponde a uma leve queda de 0,5% e fica abaixo dos US$ 22,8 bilhões esperados pelo mercado, fazendo as ações da empresa despencarem mais de 4% já antes da abertura dos mercados de Nova York.
Às 15h35 (horário de Brasília), as ações (DIS) despencavam 7,84%, negociadas a US$ 107,51.
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Divisão de entretenimento pesa nos resultados da Disney
A receita da divisão de cinema e televisão caiu 26%, resultando em um prejuízo de US$ 52 milhões. A unidade de entretenimento, que inclui estúdios e streaming, teve queda de 6% no faturamento, para US$ 10,2 bilhões.
O desempenho mais fraco foi atribuído aos canais de TV tradicionais e a resultados abaixo do esperado em alguns lançamentos. A comédia Os Roses: Até que a Morte os Separe teve baixa bilheteria, e Quarteto Fantástico: Primeiros Passos não repetiu o sucesso de Deadpool & Wolverine e Divertida Mente 2, que impulsionaram os números no ano anterior.
Nos parques de diversão, o cenário foi diferente: as receitas aumentaram 6%, para US$ 8,76 bilhões, impulsionadas pela expansão dos cruzeiros nos Estados Unidos e pelo crescimento da Disneyland Paris.
Streaming cresce e melhora rentabilidade
O negócio de streaming cresceu 8%, com destaque para a plataforma Hulu, que teve alta de 17% em assinantes. Já o Disney+ alcançou 131,6 milhões de usuários, aumento de 3% em 12 meses.
No trimestre, o lucro com streaming aumentou 39%, somando US$ 352 milhões. O sucesso do filme Lilo & Stitch, lançado diretamente no Disney+, atraiu 14,3 milhões de visualizações nos cinco primeiros dias, segundo o diretor financeiro, Hugh Johnston.
“Há oportunidades fenomenais para aplicar IA em nossas plataformas diretas ao consumidor […] Tanto para fornecer ferramentas que tornem as plataformas mais dinâmicas, quanto para dar aos usuários a oportunidade de criar dentro delas”, afirmou o CEO Bob Iger.
Disney anuncia recompra de ações e aumento de dividendos
A Disney anunciou que dobrará seu programa de recompra de ações para US$ 7 bilhões e aumentará os dividendos em 50% no exercício fiscal de 2026. O lucro por ação ajustado foi de US$ 1,11, superando as estimativas médias de US$ 1,07.
A empresa projeta crescimento de dois dígitos no lucro ajustado por ação no próximo ano fiscal, mas alertou para resultados mais fracos no primeiro trimestre de 2026.
Possível disputa com YouTube TV preocupa investidores
A Disney alertou para uma possível disputa com a YouTube TV sobre a distribuição de suas redes de televisão. O impasse já fez as ações caírem 8% após o anúncio.
As redes da Disney foram retiradas da YouTube TV em 30 de outubro, em meio à renegociação de direitos de transmissão. A plataforma, operada pela Alphabet, tem cerca de 10 milhões de assinantes e é o quarto maior provedor de TV paga dos Estados Unidos.
Em teleconferência, o diretor financeiro Hugh Johnston afirmou que a empresa “construiu uma proteção” em suas projeções, prevendo que as negociações poderiam se prolongar.
“No fim das contas, os perdedores são os usuários”, avaliou Paolo Pescatore, analista da PP Foresight.
Segundo o Morgan Stanley, uma suspensão de 14 dias na YouTube TV poderia custar US$ 60 milhões em receita à Disney.
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Resultados anuais e sucessão de Bob Iger
No acumulado do ano fiscal, encerrado em setembro, o lucro da Disney atingiu US$ 12,4 bilhões, avanço de 149,5% em relação ao período anterior. As receitas totais cresceram 3,3%, chegando a US$ 94,4 bilhões.
O CEO Bob Iger, que reassumiu o comando em 2022 e implementou cortes de custos, tem contrato até o fim de 2026. A companhia afirmou que anunciará seu sucessor no início de 2026.
“Continuamos a avançar na oferta de produtos aos nossos consumidores”, declarou Iger, destacando que a Disney busca fortalecer o valor de suas marcas.









