A Nath Finanças destaca em seu novo vídeo ‘Empréstimo consignado vale a pena?’, que o empréstimo consignado é um dos discursos mais repetidos quando se fala de crédito acessível para aposentados, pensionistas e servidores públicos. Esse tipo de crédito, de fato, tem peculiaridades que merecem atenção: desconto direto em folha ou no benefício, taxas que tendem a ser menores, mas variáveis, e regras reguladas por autoridades como o INSS e o CNPS.
Aqui, vamos explicar em linguagem clara como funcionam essas regras, quanto podem custar esses empréstimos, qual o teto de juros hoje no Brasil, quais grupos têm direito e como evitar armadilhas.
Confira:
O que Nath Finanças diz sobre os juros do consignado para beneficiários do INSS?
Recentemente, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou aumento do teto de juros para empréstimos consignados com desconto em folha para beneficiários do INSS. O novo limite é de 1,80% ao mês para empréstimos consignados do INSS. Antes, esse teto era 1,66% ao mês.
Para as modalidades de cartão de crédito consignado de benefício ou cartão consignado em geral, o teto permanece em 2,46% ao mês. Essas mudanças entraram em vigor após publicações oficiais do governo e ajustes de metodologia do CNPS, levando em conta variações recentes na taxa Selic.
Quem pode contratar empréstimo consignado e qual a margem permitida?
Pela lei, o empréstimo consignado não é para qualquer pessoa. Os principais grupos que têm acesso incluem aposentados e pensionistas do INSS, servidores públicos federais, trabalhadores de empresas com convênios que permitam consignado e, em alguns casos, militares e servidores estaduais, conforme regulamentação de cada estado.
Quanto à margem, ou seja, o quanto do benefício ou salário pode ser comprometido, os beneficiários do INSS podem comprometer até 45% do valor do benefício para consignados. Dessas partes, 35% são exclusivos para empréstimo pessoal consignado, 5% para cartão de crédito consignado e 5% para cartão consignado de benefício. Esses limites existem para evitar que o tomador fique com renda mensal insuficiente para outras despesas essenciais.
As diferenças entre taxas do INSS, servidores e CLT
As taxas de juros mensais variam bastante dependendo de quem é o tomador e as condições do contrato. Para aposentados do INSS, a taxa gira em torno do teto legal de 1,80% ao mês, tanto para prazos curtos quanto longos.
Servidores públicos costumam ter condições ainda melhores, com taxas próximas de 2,8% a 3,0% ao mês. Já os trabalhadores da iniciativa privada, mesmo com convênio, enfrentam taxas mais altas: pesquisas recentes apontam valores entre 4,29% e 4,95% ao mês, especialmente para prazos maiores. Esses números mostram a importância de comparar ofertas antes de contratar um crédito, mesmo dentro da mesma modalidade.
Como saber se o consignado vale a pena no seu caso?
Seguindo os ensinamentos de Nath Finanças, é essencial analisar alguns pontos antes de contratar. Primeiro, verifique qual será a taxa de juros mensal ofertada, pois mesmo com teto definido, bancos podem cobrar valores bem distintos. Depois, avalie o prazo de pagamento: quanto maior o prazo, menor a parcela, mas maior o custo total com juros.
É também importante observar quanto da sua margem consignável já está comprometida com outros empréstimos ou cartões. Se a maior parte da renda já está comprometida, o risco de sobre endividamento cresce consideravelmente. Outra dica é verificar o CET (Custo Efetivo Total), que inclui juros, taxas, seguros e encargos. Por fim, nunca contrate sem comparar ofertas em diferentes instituições financeiras.
Que riscos você deve evitar no empréstimo consignado?
Mesmo sendo uma linha de crédito com vantagens, o empréstimo consignado apresenta riscos. Um dos principais é comprometer boa parte da renda com parcelas fixas, deixando pouco espaço para outras despesas. Outro risco é contratar um crédito com taxa muito próxima ao teto, quando é possível encontrar condições melhores com um pouco mais de pesquisa.
Também há perigo nos cartões consignados, que muitas vezes têm encargos altos e pouca transparência. Além disso, se houver mudança na renda — por exemplo, redução do benefício ou perda do emprego — o pagamento das parcelas pode se tornar inviável. Nessas situações, muitas vezes é necessário renegociar ou até contratar novo empréstimo, ampliando o endividamento.
Quando escolher ou evitar empréstimo consignado, segundo Nath Finanças?
Você deve considerar empréstimo consignado se possui renda fixa comprovada por benefício ou salário com convênio, precisa de um crédito com taxas mais acessíveis e tem pleno controle sobre seu orçamento. Também é uma opção para quem precisa de prazo mais longo e quer evitar linhas de crédito como cheque especial ou cartão rotativo, que têm juros mais altos.
Por outro lado, é melhor evitar se sua margem consignável já está comprometida, se não entende bem as condições do contrato ou se há risco de redução da renda nos próximos meses. É sempre preferível renegociar dívidas antes de contratar um novo crédito, mesmo com juros baixos.