A inflação no Reino Unido, medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu para 3% em janeiro, acima dos 2,5% registrados em dezembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (19) pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).
O resultado superou a projeção de 2,9% esperada pelo mercado e representa o maior nível desde março de 2024. Na comparação mensal, o índice recuou 0,1% em janeiro, enquanto a expectativa era de uma queda maior, de 0,3%.
Já o núcleo da inflação, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, avançou 3,7% na base anual, mesmo após recuar 0,4% no mês.
Expectativas para a inflação do Reino Unido em 2025
A consultoria britânica Capital Economics projeta que a inflação britânica pode subir para 3,5% no segundo semestre. A expectativa é que esse movimento não impeça o Banco da Inglaterra (BoE) de cortar juros, mas reduções devem ocorrer de forma mais gradual.
Segundo a Capital, os aumentos em preços de educação, alimentos e combustíveis não devem impactar significativamente a política monetária do banco central. No entanto, a consultoria alerta que existe o risco de uma inflação persistente, com o CPI chegando à meta de 2% apenas em 2026.
Impacto sobre a política monetária
Na análise do ING, apesar da inflação acima do esperado, o Banco da Inglaterra deve seguir com os cortes de juros ao longo do ano, segundo o economista James Smith.
Para ele, o aumento foi influenciado por fatores temporários, como elevação nos preços de energia e tarifas aéreas. Sem esses itens mais voláteis, a inflação subjacente segue em trajetória de queda, o que reforça a projeção de quatro cortes na taxa básica de juros ainda em 2025.
Atualmente, os juros do BoE estão em 4,50% e, segundo o ING, devem cair para 3,25% em 2026, um patamar ligeiramente abaixo do que o mercado precifica no momento.