A Inflação dos Estados Unidos medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em fevereiro, abaixo da expectativa de 0,3%. Em 12 meses, o CPI acumula alta de 2,8%, também inferior à projeção de 2,9%, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (12).
O núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também subiu 0,2% no mês, enquanto analistas previam um avanço de 0,3%. No acumulado do ano, o indicador ficou em 3,1%, contra previsão de 3,2%, destacando o menor avanço do núcleo desde abril de 2021.
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Impacto no mercado e expectativa para juros
Com a inflação dos Estados Unidos abaixo do esperado, as apostas de que o Federal Reserve (Fed), o banco central do país, realize novos cortes na taxa de juros voltarão a se fortalecer.
Segundo dados da plataforma CME FedWatch, após a divulgação do CPI de fevereiro, a chance de um corte em junho subiu para 80,7%. Atualmente, os juros estão entre 4,25% e 4,5% ao ano.
A expectativa é de que o Fed reduza os juros em até 0,75 ponto percentual ao longo do ano, distribuídos em três cortes de 0,25 ponto percentual cada. Essa possibilidade impactou os mercados, levando os rendimentos dos Treasuries de 10 anos a 4,27% após a divulgação dos dados, antes de voltarem a subir para 4,30%.
Os futuros de ações também reagiram positivamente logo após o resultado: o índice Dow Jones subiu 0,67%, o S&P 500 avançou 1,09% e o Nasdaq registrou alta de 1,48%.
Setores mais afetados pela inflação
Entre os principais componentes do CPI, os preços de habitação subiram 0,3% no mês, enquanto os custos de eletricidade aumentaram 1% e os veículos usados tiveram alta de 0,9%. Em contrapartida, as passagens aéreas recuaram 4% e a gasolina caiu 1%.
Os custos de energia, de forma geral, registraram queda de 0,2% em relação ao ano anterior, depois de uma alta de 1% em janeiro. Já o índice de alimentos subiu 0,2% no mês, sendo que os alimentos consumidos fora de casa aumentaram 0,4%, enquanto os produtos alimentícios para consumo domiciliar ficaram estáveis.
O primeiro relatório completo de inflação do governo do presidente Donald Trump ainda mostrou os preços em níveis que, segundo economistas, são inconsistentes com a meta de 2% do Federal Reserve.
Além disso, bancos como Morgan Stanley e Goldman Sachs revisaram suas projeções de Inflação dos Estados Unidos para 2024, antes estimadas abaixo de 2,5%, para valores próximos a 3%.
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Perspectivas para a inflação dos Estados Unidos
Apesar do alívio no curto prazo, analistas alertam para possíveis pressões inflacionárias nos próximos meses, especialmente devido às políticas de tarifas sobre importações e ao comportamento do setor de serviços.
A meta do Fed é trazer a inflação para 2%, mas o Banco Central utiliza um indicador diferente, o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE). Em janeiro, o PCE registrou alta de 2,5% em 12 meses. Os dados de fevereiro serão divulgados em 28 de março.
Investidores agora aguardam a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) nesta quinta-feira (13), que pode trazer mais sinais sobre os rumos da política monetária dos EUA.