A inflação dos Estados Unidos medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em abril, segundo dados divulgados pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho nesta terça-feira (13). O dado dos EUA veio pouco abaixo das projeções dos analistas, que esperavam uma alta de 0,3%.
Com isso, a inflação americana registra uma leve aceleração após a queda de 0,1% em março, registrada como o primeiro recuo mensal desde maio de 2020.
No acumulado de 12 meses até abril, o CPI teve alta de 2,3%, abaixo da estimativa de 2,4% dos analistas.
Esse número mostra que a inflação nos EUA segue acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve (Fed), mas vem se moderando, o que pode influenciar a decisão da autoridade monetária sobre os juros nos próximos meses.
Efeito das tarifas deve aparecer a partir de maio
O relatório de abril ainda não capta totalmente os efeitos das tarifas dos EUA anunciadas no chamado “Dia da Libertação”, em 2 de abril, quando o presidente Donald Trump impôs novas barreiras comerciais.
Entre as medidas estão:
- Tarifa de 25% sobre carros e caminhões leves importados
- Aumento para 20% das taxas sobre produtos chineses contendo fentanil
- Tarifa geral de 10% sobre quase todas as importações — essa continua válida, mesmo com a suspensão temporária de algumas taxas específicas
Os economistas avaliam que o impacto desses reajustes tarifários só deve aparecer com mais força nos dados de inflação de maio.
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A expectativa é que as pressões de custo sobre produtos importados aumentem gradualmente, elevando os preços ao consumidor nos próximos meses.
Núcleo da inflação dos EUA surpreende para baixo
O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia — itens mais voláteis —, subiu 0,2% na comparação mensal, após registrar um avanço de 0,1% em março. As projeções do mercado indicavam para uma alta de 0,3%.
Na base anual, o núcleo da inflação subiu 2,8%, exatamente como projetado pelos analistas e no mesmo ritmo observado no mês anterior.
Esse indicador é considerado um dos principais termômetros da inflação subjacente, e seu desempenho abaixo das previsões pode reduzir a urgência de novos ajustes na política monetária.
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Energia e alimentos em direções opostas
Nos últimos 12 meses, os preços da energia acumulam queda de 3,7%, enquanto os de alimentos sobem 2,8%.
- Energia: os preços subiram 0,7% em abril, após queda de 2,4% em março. No mês, o aumento foi puxado pela alta de 0,8% na conta de eletricidade, que mais do que compensou a queda de 0,1% nos preços da gasolina.
- Alimentos: Caíram 0,1% no mês, após alta de 0,4% em março. Houve recuo de 0,4% nos alimentos consumidos em casa, enquanto a alimentação fora de casa subiu 0,4%.
Trégua comercial reduz projeção de alta da inflação
No fim de semana, Estados Unidos e China anunciaram uma trégua de 90 dias na guerra comercial. Durante esse período, os EUA reduzirão tarifas sobre produtos chineses para 30% e a China cortará de 125% para 10% as tarifas sobre produtos norte-americanos.
Com isso, economistas consultados pela Reuters e pelo Broadcast passaram a prever que a inflação ainda deve subir, porém menos do que o esperado anteriormente.
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Expectativas para os juros dos EUA
O Federal Reserve manteve, na semana passada, a taxa básica de juros na faixa entre 4,25% e 4,50%. O Banco Central tem como meta oficial uma inflação de 2% ao ano, medida pelo índice PCE (Personal Consumption Expenditures) — que será divulgado mais adiante e é o principal guia da política monetária.
Com a leitura de abril mais fraca que o previsto, aumenta a probabilidade de o Fed iniciar cortes de juros a partir de setembro, conforme precificado pelos mercados de renda fixa.