O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (24) que o cessar-fogo entre Irã e Israel está em vigor. A declaração foi feita após uma conversa por telefone com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Ambos os países confirmaram o cessar-fogo, embora troquem acusações de violações.
“Todos os aviões retornarão ao território israelense. Ninguém se machucará, o cessar-fogo está em vigor!”, escreveu Trump em sua rede social. Minutos antes, o presidente havia dito que não estava satisfeito com nenhum dos lados, especialmente com Israel.
Os mercados reagiram à expectativa ao recuo no conflito. Na segunda-feira (23), os contratos futuros de petróleo Brent para agosto caíram 7,18%, fechando a US$ 71,48 o barril, enquanto o WTI recuou 7,22%, a US$ 68,51.
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Preços do petróleo recuam e bolsas sobem
Nesta terça-feira pela manhã, os preços seguem em queda: o Brent cedia 3,20%, a US$ 69,23, e o WTI caía 3,12%, a US$ 66,37.
Já os índices acionários sobem em bloco às 11h30: O S&P 500 avança 0,75%, o Nasdaq sobe 1,06% e o índice Dow Jones avança 0,73%. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas, recuava 0,33%, a 98,09 pontos.
A redução do risco de bloqueio do Estreito de Ormuz — rota por onde passa cerca de 20% do petróleo global — também contribuiu para a melhora no apetite por ativos de risco.
Luciano Gioielli, do Portal das Commodities, destaca o surgimento de um “martelo” nos gráficos de candlestick — padrão técnico que sinaliza possível reversão de tendência. “Esse tipo de sinal pode indicar retomada de movimento de alta, após queda acentuada”, alertou.
Israel e Irã divergem sobre violação de cessar-fogo
Apesar do anúncio de cessar-fogo, Israel acusou o Irã de disparar mísseis poucas horas após o início da trégua. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou ter ordenado novos ataques “de alta intensidade” contra infraestruturas em Teerã, como resposta ao que classificou como “violação flagrante” do acordo anunciado por Trump.
O Irã, por sua vez, negou ter lançado mísseis e afirmou que as Forças Armadas israelenses continuaram a atacar por mais de uma hora e meia após o início previsto do cessar-fogo.
O Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano afirmou que “forçou Israel a aceitar unilateralmente a derrota e aceitar um cessar-fogo”.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, declarou que os ataques retaliatórios iranianos seriam interrompidos, desde que Israel parasse suas ações ofensivas a partir das 4h da manhã no horário de Teerã.
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Alívio na defasagem dos combustíveis no Brasil
A queda do petróleo internacional reduziu a defasagem dos combustíveis praticados no Brasil em relação ao mercado externo.
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a diferença média do diesel vendido pela Petrobras em relação ao preço de paridade de importação (PPI) caiu para 12%. A gasolina está apenas 3% abaixo do valor de referência internacional.
Na Refinaria de Mataripe, na Bahia, operada pela iniciativa privada, a defasagem do diesel é de 11%. Apesar da redução, a janela de importação para ambos os combustíveis segue fechada.
Na semana passada, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, antecipou que seria precipitado cogitar aumento nos preços, apostando em uma normalização com o fim do conflito.
Produção de petróleo cresce no Irã e na região do Golfo
Apesar das tensões, imagens de satélite e dados de transporte sugerem que o Irã está prestes a atingir o maior nível de produção em sete anos, ultrapassando 3,5 milhões de barris por dia em junho.
Nos demais países da região, Arábia Saudita, Kuwait, Iraque e Emirados Árabes Unidos também elevaram sua produção. De acordo com a consultoria Petro-Logistics, a Arábia Saudita deve exportar 9,6 milhões de barris por dia em junho, o maior volume em dois anos.
A empresa mede o fluxo de petróleo para o mercado (e não a produção nos poços), o que ajuda a avaliar o impacto sobre os preços globais.
Os dados indicam que Iraque e Emirados Árabes, historicamente mais propensos a exceder suas cotas, também ampliaram suas exportações.
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Xisto nos EUA reage à alta de preços do petróleo
Nos Estados Unidos, produtores de petróleo de xisto aproveitaram o pico recente de preços, com o barril chegando a US$ 78,40, para travar contratos futuros a valores mais altos.
A medida ajuda a sustentar níveis de produção que estavam ameaçados de queda a partir do segundo semestre de 2025, diante de preços anteriormente mais baixos, na faixa de US$ 55.