As exportações da China cresceram 5,8% em junho em relação ao mesmo mês de 2024, superando a previsão dos analistas, que esperavam alta de 4%. Os números também representam uma aceleração em relação ao avanço de 4,8% registrado em maio, segundo dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas da China nesta segunda-feira (14).
O crescimento ocorreu no período de trégua nas tensões comerciais com os Estados Unidos, o que incentivou embarques antecipados por parte dos exportadores chineses.
As importações também reagiram, subindo 1,1% em junho, e reverteram a queda de 3,4% registrada em maio, enquanto a expectativa do mercado era de retração de 0,5%.
Com isso, o superávit comercial da China aumentou para US$ 114,78 bilhões em junho, acima dos US$ 103,22 bilhões registrados em maio e da projeção de US$ 111,3 bilhões.
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Importações da China batem recorde
No primeiro semestre, o Brasil comprou US$ 35,7 bilhões em produtos da China, o equivalente a 26,3% de todas as importações do país, alcançando marca recorde. O número representa alta de 22,2% na comparação anual.
Apesar do aumento de tarifas sobre veículos elétricos importados, os carros chineses seguem na liderança das importações brasileiras no segmento. De janeiro a junho, o Brasil importou US$ 2,05 bilhões em veículos da China, que corresponde a um crescimento de 713% em relação ao mesmo período de 2023.
A Argentina, que já foi o principal fornecedor automotivo do Brasil, exportou US$ 844 milhões no mesmo período, ficando atrás no ranking.
A China também ampliou presença no mercado brasileiro de eletroportáteis e eletroeletrônicos. As importações de aparelhos de ar-condicionado saltaram 67% no semestre, somando US$ 498,5 milhões. Entre 2022 e 2025, o Brasil subiu da 15ª para a 7ª posição entre os maiores compradores desses produtos chineses.
No setor de TVs, o Brasil passou da 17ª para a 6ª posição como principal destino das exportações chinesas. O mesmo movimento é observado em categorias como fogões, ferros elétricos e outros eletrodomésticos.
Volume cresce mais que o valor de importação
De acordo com o Indicador de Comércio Exterior (Icomex/FGV), o volume importado da China entre janeiro e maio subiu 35% na comparação com 2024, acima do crescimento de 12,4% do volume total importado pelo Brasil.
O valor total das importações de produtos chineses aumentou 25,7% em 12 meses até maio, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), refletindo a queda nos preços médios dos produtos importados, movimento também observado no restante da pauta brasileira.
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Minério de ferro sobe com dados da China
Os contratos futuros do minério de ferro subiram após a divulgação dos dados comerciais. Na Bolsa de Dalian, o contrato de setembro avançou 0,26%, para 766,5 iuanes (US$ 106,92) por tonelada. Já na Bolsa de Singapura, o contrato de referência para agosto subia 0,37%, a US$ 99,65 por tonelada.
Segundo analistas da Everbright Futures, o desempenho das exportações e o crescimento das importações chinesas reforçam a expectativa de maior demanda por aço e, consequentemente, por minério de ferro.
As importações chinesas do minério cresceram 8% em junho na comparação com maio, conforme mineradoras aumentaram os embarques para cumprir metas trimestrais, após atrasos causados por eventos climáticos no primeiro trimestre.