O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido cresceu 0,3% no segundo trimestre deste ano, superando as estimativas do Banco da Inglaterra (BoE) e de economistas, que projetavam alta de 0,1%, segundo dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) nesta quinta-feira (14).
No primeiro trimestre, o PIB avançou 0,7%, ritmo que não se manteve, mas a desaceleração foi menor do que se esperava.
O desempenho positivo ocorreu mesmo diante do impacto das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e de um mercado de trabalho mais fraco.
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Evolução mensal da economia do Reino Unido
O ONS informou que, em abril, o PIB caiu 0,1%, menor do que o estimado anteriormente, e voltou a cair em maio, antes de subir 0,4% em junho. O último mês do trimestre registrou crescimento nos setores de serviços, indústria e construção.
Economistas afirmam que boa parte do avanço veio do aumento de gastos públicos e de formação de estoques por empresas domésticas e estrangeiras, antecipando-se ao aumento das tarifas americanas.
No setor corporativo, o investimento recuou 4% em relação ao primeiro trimestre. Já o consumo das famílias manteve crescimento fraco, indicando cautela por parte dos consumidores.
Em termos anuais, o PIB avançou 1,2% entre abril e junho, abaixo do crescimento de 1,3% registrado nos primeiros três meses de 2025.
Efeito das tarifas sobre o PIB do Reino Unido
A desaceleração do segundo trimestre também refletiu distorções provocadas pelo anúncio, em abril, do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre novas tarifas.
Exportadores britânicos aceleraram embarques no início do ano para evitar as taxas, mas esse efeito perdeu força, prejudicando o crescimento.
Pesquisas indicam ainda que políticas domésticas, como aumento de impostos e elevação do salário mínimo, pressionam as empresas, impactando contratações e produção.
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Cenário fiscal e a perseguição à meta
A ministra das Finanças, Rachel Reeves, pode ter que elevar impostos no orçamento anual de outubro ou novembro para atingir suas metas fiscais.
A medida poderia somar dezenas de bilhões de libras, considerando a combinação de crescimento moderado e juros altos, que aumentam os custos de financiamento público.
Produção industrial em recuperação
O Departamento Nacional de Estatísticas (ONS) também divulgou nesta quinta-feira os dados da produção industrial britânica.
Em junho, a produção da indústria cresceu 0,7% frente a maio, revertendo a queda de 1,3% no mês anterior. O resultado, acima da expectativa de 0,2%, marcou o primeiro avanço desde fevereiro.
Na comparação anual, houve alta de 0,2%, após queda revisada de 0,2% no mês anterior.
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Déficit comercial do Reino Unido aumenta
Dados sobre a balança comercial do Reino Unido também complementam os números da economia. O déficit comercial, considerando bens e serviços, chegou a 22,16 bilhões de libras em junho, ligeiramente acima do déficit revisado de 22,05 bilhões registrado em maio.
Segundo relatório do Departamento Nacional de Estatísticas (ONS), de fevereiro a maio, o país teve um déficit total de 13,2 bilhões de libras, atribuído ao aumento nas importações de bens e queda nas exportações.
Nesse período, o país já enfrentava dificuldades na balança comercial, com importações impulsionando o déficit.
No segundo trimestre, o déficit comercial representou 1,9% do PIB nominal. Ajustado para excluir itens voláteis, como ouro não monetário e metais preciosos, o déficit caiu para 1,2% do PIB.