A economia da China teve um crescimento de 4,8% no terceiro trimestre na comparação anual, marcando o ritmo mais lento de crescimento em um ano, segundo dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) nesta segunda-feira (20).
O resultado também representa uma desaceleração frente à alta de 5,2% registrada entre abril e junho. Na comparação trimestral, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês subiu 1,1% entre julho e setembro.
Nos primeiros nove meses deste ano, a economia chinesa avançou 5,2% em relação ao mesmo período de 2024, permanecendo na meta de crescimento anual do governo, de cerca de 5%.
- ⚡ Investir sem estratégia custa caro! Garanta aqui seu plano personalizado grátis e leve seus investimentos ao próximo nível.
Em coletiva de imprensa, o porta-voz do NBS afirmou que a desaceleração no terceiro trimestre está ligada ao “abuso de tarifas por alguns países”, o que teria “desorganizado a ordem do comércio global e ampliado as incertezas externas”.
Ele reconheceu que a atividade perdeu fôlego entre julho e setembro, mas afirmou que a economia “mantém bases sólidas e ampla resiliência” diante de um cenário internacional adverso e de ajustes internos na estrutura produtiva.
Pressões externas marcam economia da China
O representante do NBS também destacou que a China continua sendo “uma das principais fontes estáveis de crescimento global”.
Segundo ele, a desaceleração observada “é resultado de problemas do desenvolvimento, não de retrocesso”.
Ele afirma que o governo vem enfrentando “pressões externas e desafios domésticos” com medidas de estímulo voltadas à expansão da demanda e à modernização industrial, impulsionadas por setores como inteligência artificial (IA), robótica e energia limpa.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (19) que espera que a China “retome a compra de soja, pelo menos nos volumes de antes” e interrompa o envio de fentanil para os EUA, como parte das condições em meio às negociações comerciais entre os dois países.
Trump disse manter “ótima relação com Xi Jinping” e voltou a acenar com a possibilidade de reduzir as tarifas aplicadas sobre produtos chineses, desde que Pequim cumpra essas exigências.
Trump também afirmou não querer que o país asiático “jogue o jogo das terras raras”, em referência a possíveis restrições da China sobre a exportação de minerais estratégicos usados em setores de alta tecnologia.
Setores mostram recuperação desigual da economia
Os dados de setembro apresentaram desempenho misto entre os principais setores da economia:
- Vendas no varejo: cresceram 3% em relação ao mesmo mês de 2024, desacelerando em relação ao aumento de 3,4% em agosto. O dado indica um consumo doméstico ainda moderado, mesmo após medidas de estímulo voltadas ao crédito e à renda das famílias.
- Produção industrial: avançou 6,5% em setembro em relação ao ano anterior, superando a estimativa de 5,3% e o resultado de 5,2% de agosto. A alta reflete a recuperação de indústrias de tecnologia e equipamentos, favorecidas por incentivos à inovação e à transição energética.
- Investimento em ativos fixos: recuou 0,5% nos primeiros nove meses do ano, revertendo o aumento de 0,5% registrado entre janeiro e agosto. O dado sinaliza a fraqueza persistente do setor imobiliário, que segue como um dos principais pontos de pressão sobre o crescimento do país.
- Desemprego urbano: a taxa caiu ligeiramente para 5,2% em setembro, ante 5,3% no mês anterior, segundo o NBS.
- 🔥 Quem tem informação, lucra mais! Receba as melhores oportunidades de investimento direto no seu WhatsApp.
Perspectivas da China para o fim do ano
Para o restante de 2025, o Escritório Nacional de Estatísticas afirmou que há “condições favoráveis” para o cumprimento da meta de crescimento do governo.
Segundo o órgão, essas condições são sustentadas pela continuidade das políticas fiscais e monetárias expansionistas e pelo avanço das chamadas “novas forças produtivas”, conceito usado por Pequim para se referir à transformação tecnológica e industrial do país.
O porta-voz acrescentou que o governo pretende “reforçar o ajuste anticíclico, ampliar a demanda interna e estimular a confiança do mercado”, de modo a assegurar que a economia permaneça estável até o fim do ano.









