O Banco da Inglaterra (BoE) manteve nesta quinta-feira (6) sua taxa básica de juros em 4% pela segunda reunião consecutiva. A decisão decorreu de uma votação apertada, com cinco votos a quatro, evidenciando a divisão entre os membros do Comitê de Política Monetária (MPC).
Entre os nove integrantes do comitê, cinco votaram pela manutenção da taxa, enquanto quatro defenderam um novo corte de 0,25 ponto percentual, para 3,75%, argumentando que a inflação vem desacelerando de forma consistente em direção à meta de 2%.
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O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, afirmou que o comitê precisa confirmar a tendência de queda da inflação antes de cortar novamente os juros: “Precisamos ver a trajetória descendente da inflação se consolidar antes de reduzirmos as taxas de juros novamente. A política depende de como duas forças irão interagir; é possível que a inflação continue persistente. A atividade econômica está abaixo do potencial”, disse Bailey.
Ele também destacou que a autoridade monetária continua “em um caminho gradual de queda para a taxa bancária”, mas que “é necessário ter certeza de que a inflação está no caminho certo para retornar à meta antes de novos cortes”.
Expectativas de corte dos juros em dezembro
Bailey foi considerado o mais moderado entre os cinco membros que votaram pela manutenção. A ata da reunião mostrou que ele chegou a se aproximar da posição favorável a um corte, mas preferiu aguardar mais dados econômicos.
O registro da reunião também mostrou que o BoE retirou o termo “cauteloso” de sua orientação sobre política monetária e passou a afirmar que as taxas “provavelmente continuarão em uma trajetória descendente gradual”.
Analistas do mercado interpretam o resultado como um sinal de possível corte em dezembro, após a divulgação do orçamento do governo britânico, que será apresentado em 26 de novembro pela chanceler do Tesouro, Rachel Reeves.
O documento deve incluir amplos aumentos de impostos, o que pode pressionar ainda mais a atividade econômica e influenciar as próximas decisões do BoE.
Contexto e trajetória dos juros na Inglaterra
A decisão desta quinta-feira marca a segunda manutenção seguida da taxa após cinco cortes consecutivos realizados entre agosto de 2024 e agosto de 2025. Na reunião anterior, a votação foi de 7 a 2 pela manutenção, mostrando uma mudança na composição de votos.
Em comunicado, o BoE reconheceu que “o caráter restritivo da política monetária diminuiu à medida que a taxa de juros foi reduzida”.
O texto acrescenta que “a magnitude de novas reduções dependerá da evolução das perspectivas para a inflação. Se o progresso na desinflação continuar, é provável que a taxa básica siga uma trajetória gradual de queda”.
O Banco Central havia cortado os juros em agosto, também por 5 votos a 4, o que reforça o atual equilíbrio de forças dentro do comitê.
Inflação segue alta em meio à economia enfraquecida na Inglaterra
A inflação britânica se manteve estável em 3,8% em setembro, patamar que ainda é o mais alto entre as economias do G7 e quase o dobro da meta oficial de 2%.
O BoE avalia que a inflação atingiu o pico e deve cair nos dados de outubro e novembro, acompanhando o enfraquecimento do crescimento econômico e do mercado de trabalho.
Já o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido cresceu apenas 0,1% em agosto, sinalizando atividade limitada.
A expectativa do BoE é de que o desemprego chegue a 5,1% no segundo trimestre de 2026, acima dos 4,9% previstos em agosto
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Projeção de crescimento econômico
O Banco Central também revisou para cima sua projeção de crescimento econômico para 2025, de 1,25% para 1,5%, e manteve inalteradas as estimativas para 2026 e 2027.
As projeções indicam que a inflação cairá para 3,1% no início de 2026 e se estabilizará em torno da meta de 2% apenas no segundo trimestre de 2027.









