O Banco da Inglaterra (BoE) reduziu nesta quinta-feira (18) a taxa básica de juros de 4% para 3,75%, em decisão alinhada às expectativas do mercado. A autoridade monetária foi influenciada por uma desaceleração mais intensa da inflação e por sinais de enfraquecimento do crescimento econômico.
O banco central britânico também sinalizou que novos cortes estão por vir, após ter mantido a taxa inalterada nas duas reuniões anteriores.
A decisão foi novamente dividida, aprovada por cinco votos a quatro. Quatro membros do Comitê de Política Monetária defenderam a manutenção da taxa em 4%.
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Inflação recua e sustenta flexibilização
O corte de juros ocorreu após a divulgação de dados que mostraram uma forte desaceleração da inflação no Reino Unido. A leitura de novembro do índice de preços ao consumidor (CPI) caiu para 3,2%, ante 3,6% no mês anterior.
“Embora acima da meta de 2%, espera-se agora que retorne à meta mais rapidamente no curto prazo”, afirmou o banco da Inglaterra.
Segundo o banco, o crescimento salarial e a inflação dos preços de serviços continuaram a diminuir, refletindo uma política monetária restritiva e em consonância com evidências de crescimento econômico moderado e ociosidade no mercado de trabalho.
Avaliação do Banco da Inglaterra sobre os riscos inflacionários
“O risco de maior persistência da inflação tornou-se um pouco menos pronunciado desde a reunião anterior, enquanto o risco para a inflação de médio prazo decorrente da demanda mais fraca permanece”, declarou o Banco Central britânico.
O BoE afirmou ainda que o caráter restritivo da política monetária diminuiu e que a extensão de novas medidas de afrouxamento dependerá da evolução das perspectivas para a inflação.
“Com base nas evidências atuais, é provável que a taxa básica de juros continue em uma trajetória de queda gradual.” No entanto, o banco destacou que “as decisões sobre um maior afrouxamento da política monetária serão cada vez mais complexas”.
Divergências no Comitê de Política Monetária
A preocupação com os riscos de alta para a inflação, apesar de os dados de crescimento e inflação terem apresentado uma ligeira desaceleração desde novembro, levou quatro membros do comitê a votarem pela manutenção da taxa em 4%, contrariando a decisão da maioria por um corte de 0,25 ponto percentual.
Os integrantes Megan Greene, Clare Lombardelli, Catherine Mann e Huw Pill preferiram manter a taxa inalterada nesta reunião, “atribuindo maior peso à persistência prolongada da inflação, inclusive devido a fatores estruturais”.
Por outro lado, cinco membros defenderam o corte da taxa de juros: Andrew Bailey, Sarah Breeden, Swati Dhingra, Dave Ramsden e Alan Taylor.
Segundo a ata, para esse grupo, “o processo de desinflação estava no caminho certo e a questão principal era como a inflação se estabilizaria de forma sustentável na meta de 2%”.
Banco da Inglaterra tem diferentes leituras sobre a atividade econômica
Para Bailey, Breeden e Ramsden, os riscos de alta para a inflação continuaram a diminuir, mas eles afirmaram que seguirão avaliando as novas evidências, particularmente em relação à atividade do mercado de trabalho e ao crescimento salarial.
Já Dhingra e Taylor atribuíram maior peso aos riscos de queda para a atividade e a inflação, considerando que o consumo moderado e o aumento do desemprego já eram suficientes para conter a persistência da inflação.
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Ao votar pelo corte de juros, Bailey ressaltou que os dados divulgados desde a reunião anterior sugerem que a desinflação está agora mais consolidada, e que as medidas do orçamento do governo devem reduzir ainda mais a inflação no curto prazo.
“A principal questão para mim agora é até que ponto a inflação se estabilizará na meta de 2% de forma duradoura”, concluiu Bailey.

