As bolsas globais iniciam a semana com um leve viés positivo, refletindo a cautela dos investidores antes da divulgação dos dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, prevista para quarta-feira (14). Este índice é um importante termômetro da economia americana, especialmente após as preocupações recentes com uma possível desaceleração.
O S&P 500 futuro opera em alta de 0,2%, enquanto o índice europeu Stoxx 600 permanece estável. No Japão, o Nikkei fechou com valorização de 0,6%, e o índice Shanghai, na China, recuou 0,1%.
O mercado também está de olho nos dados de vendas no varejo e produção industrial dos EUA, programados para quinta-feira (15), que podem fornecer novas pistas sobre o ritmo da economia americana.
O petróleo, por sua vez, apresenta alta de 1%, com o barril do WTI sendo cotado a US$ 77,63, impulsionado por tensões geopolíticas e o relatório mensal da Opep. Já o minério de ferro, negociado em Singapura, registra queda de 1,8%, refletindo o excesso de oferta e a desaceleração da produção de aço na China.
Cenário doméstico: Banco Central e agenda econômica
No Brasil, os investidores estão atentos ao Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, que traz as projeções do mercado para inflação, câmbio, PIB e taxa Selic.
Este relatório é crucial para entender as expectativas em torno da política monetária do país, especialmente após a inflação de junho, medida pelo IPCA, ter registrado alta de 0,38%, elevando o acumulado de 12 meses para 4,5%, no teto da meta estabelecida pelo Banco Central.
As declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do diretor, Gabriel Galípolo, em eventos previstos para hoje, serão acompanhadas de perto, buscando sinais sobre possíveis ajustes na taxa de juros.
O mercado já considera a possibilidade de elevação da Selic na próxima reunião do Copom, o que poderia impactar o custo do crédito e, consequentemente, a atividade econômica.
Empresas
A semana será movimentada no setor corporativo, com a divulgação de balanços de grandes empresas brasileiras. Nesta segunda-feira, são aguardados os resultados de Azul, CSN, CSN Mineração, Itaúsa, MRV, Natura e Ser Educacional.
Esses balanços podem influenciar o humor dos investidores e provocar oscilações no mercado, especialmente em um cenário de recuperação da bolsa, que voltou a operar acima dos 130 mil pontos na última semana.
Além disso, o Cade aprovou a venda de ativos da Marfrig para a Minerva, um movimento importante no setor de alimentos. Outra notícia relevante é a emissão de R$ 1,4 bilhão em debêntures pela Movida, o que mostra a busca das empresas por captação de recursos no mercado de dívida.
Expectativas para a semana
O mercado segue atento aos próximos movimentos do Banco Central e à divulgação dos balanços corporativos, que poderão ditar o ritmo dos mercados nos próximos dias. A combinação de fatores internacionais, como os dados econômicos dos EUA e da China, com as políticas monetárias domésticas, formará o pano de fundo das decisões de investimento nesta semana.
Imagem: Piqsels