O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o pregão desta segunda-feira (10) em alta de 0,76%, aos 125.571,81 pontos; impulsionado pelo movimento de correção de grande parte das ações, especialmente as blue chips (ações de maior peso). A Vale valorizou 1,04% e a Petrobras avançou 0,83% (ON) e 0,68% (PN).
No mercado internacional, destaque para a decisão de Donald Trump anunciada nesta segunda-feira, de taxar em 25% todas as exportações de aço e alumínio, além de reciprocidade sobre todos os países que impuserem impostos sobre produtos dos para os Estados Unidos.
O governo brasileiro ainda deve se manifestar formalmente sobre o assunto, assim como a União Europeia, que já planejava há dias uma resposta estratégica às sanções comerciais.
Ainda no cenário de política monetária, o mercado aguarda com expectativa pelo discurso semestral de Powel no Senado norte-americano. O presidente do Federal Reserve (Fed) deve abordar os riscos das políticas de Trump e impactos para a economia.
No Brasil, a atenção do mercado está voltada para a divulgação do IPCA, índice utilizado como referência para as metas de inflação no país. O indicador avançou 0,16%, ficando 0,36 ponto percentual abaixo da taxa de dezembro (0,52%) e dentro das expectativas dos analistas. Em doze meses, o IPCA acumula alta de 4,83% e esta é a menor variação registrada para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994, segundo o IBGE.
Em meio à cautela do mercado sobre uma possível guerra comercial e na expectativa do discurso do Fed, o dólar abriu em leve queda de 0,04%, a R$ 5,78 e o dólar futuro em baixa de 0,16%, a R$ 5,80. Já os juros futuros abrem em queda, enquanto o Ibovespa futuro sobe 0,40%, aos 126.150 pontos.
Manchetes desta manhã
- Com tarifas de 25% sobre aço e alumínio, Trump amplia risco de guerra comercial (Valor)
- Trump assina tributo de 25% ao aço, e Brasil já prevê queda de exportações (O Globo)
- Grandes siderúrgicas terão perdas com tarifas de 25% ao aço imposta por Trump (Estadão)
- Inflação registra a menor marca para janeiro desde o Plano Real (Folha)
- UE e Canadá prometem responder às tarifas dos EUA sobre aço e alumínio (O Globo)
Mercado global
As bolsas da Europa operam estáveis após encerrarem a sessão desta segunda-feira em máxima recorde. No entanto, seguem avaliando os riscos de uma guerra comercial após o anúncio de Trump sobre o aumento das tarifas sobre metais exportados para os Estadso Unidos.
Na Ásia, as Bolsas de Valores encerraram o pregão desta terça-feira de forma mista, com perdas na China, ocasionadas por ações de consumo e do setor imobiliário e em Hong Kong, após uma provável realização de lucros após altas seguidas das ações de tecnologia.
Em Nova York, os índices futuros operam em queda, na expectativa do discurso de Powel sobre a política monetária dos Estados Unidos. O S&P 500 futuro cai 0,3%, Stoxx Europe recua 0,1%, o Nikkei fechou estável e o Shanghai caiu 0,1%.
Confira os principais índices do mercado:
• FTSE 100 estável
• MSCI EM -0,4%
• Dollar Index estável
• Yield 10 anos +2,4bps a 4,5211%
• Petróleo WTI +1,3% a US$ 73,27 barril
• Futuro do minério em Singapura -1,1% a US$ 105,95
• Bitcoin +0,6% a US$ 97982,13
Commodities
- Petróleo: sobe 1%, moderado por tarifas de Trump e apoiado por sinais de redução na oferta. O brent/abril sobe 1,37%, a US$ 76,91 e o WTI/março avança 1,36%, a US$ 73,30.
- Minério de ferro: fechou em queda de 1,10% em Dalian na China, cotado a US$ 111,12/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 1,28%, cotados a US$ 105,80/ton e o mercado à vista recua 0,97%, cotado a US$ 106,30/ton.
Cenário internacional
Nos EUA além dos discursos dos membros do Federal Reserve, destaque para o calendário de balanços corporativos, com resultados da Coca-Cola e S&P Global.
Ainda com foco no mercado corporativo, nesta segunda-feira, as ações da Tesla caíram 0,6% no pré-mercado de NY e fecharam o dia em baixa de 3%, após Elon Musk, fundador e CEO da Tesla, fazer uma proposta de US$ 97,4 bilhões pela OpenAI, responsável pelo ChatGPT, que foi recusada.
Cenário nacional
No Brasil, além do IPCA de janeiro, a agenda do dia destaca o leilão de LFTs e NTN-Bs do Tesouro.
Entre os compromissos do dia, o presidente Lula participa às 10h de encontro nacional de prefeitos em Brasília e, a partir das 15h, se reúne com ministros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, às 14h.
Destaques no mercado corporativo
- TIM: lucrou R$ 1,05 bilhão no 4º trimestre, alta de 17,1% ante mesmo período de 2023.
- Latam: teve crescimento de 8,3% no tráfego de passageiros em janeiro, na comparação anual.
- Rumo: teve queda de 24% nos volumes transportados em janeiro.
- Bombril: entrou com pedido de recuperação judicial com dívidas de R$ 2,3 bilhões.
- LWSA: anunciou Rafael Chamas Alves como novo diretor-presidente, no lugar de Fernando Biancardi, que vai para o conselho de administração.
- Cosan: fará resgate antecipado de debêntures no valor de US$ 306,7 milhões.
Acompanhe as principais notícias do mercado financeiro todas as manhãs, também no Podcast Café do Mercado, uma produção do Monitor do Mercado.
O episódio de hoje já está no ar, nas principais plataformas de podcasts. Basta clicar na sua plataforma preferida para ouvir: Spotify; Deezer; Amazon Music; Podcasters. Ou ouvir clicando abaixo: