O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o pregão desta segunda-feira (17) em alta de 0,26%, aos 128.552,13 pontos, atingindo seu maior nível de fechamento desde dezembro, contando também com a liquidez reduzida devido ao feriado do Dia dos Presidentes nos Estados Unidos.
O bom desempenho do índice seguiu atrelado principalmente à reação do mercado em relação à pesquisa DataFolha divulgada nesta sexta-feira (14), que indicou uma queda de popularidade do presidente Lula, iniciando as apostas do mercado para a corrida eleitoral de 2026.
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No mercado internacional, o grande destaque são as negociações entre os Estados Unidos e a Rússia na Arábia Saudita para colocar um ponto final aos conflitos Rússia-Ucrânia. Ucrânia e Europa ficaram de fora dessa etapa da discussão. Zelensky disse que não aceitará o resultado dessas negociações e os países da UE ameaçam sanções a Moscou, com pressão sobre o petróleo.
No Brasil, o mercado repercute preocupação com a inflação após a divulgação do IBC-Br menor que o esperado em dezembro e do salto do IGP-10 de fevereiro.
Com o retorno dos mercados em Nova York após feriado local, devolvendo liquidez aos mercados domésticos, o dólar abriu oscilando mais perto das mínimas, em queda de 0,06%, a R$ 5,70 e o dólar futuro em baixa de 0,08%, a R$ 5,71, com alta limitada por ganhos das commodities. Os juros futuros abriram em alta, assim como o Ibovespa futuro, em alta de 0,23%, aos 131.195 pontos.
Manchetes desta manhã
- Consumo começa ano mais fraco, e indústria tenta novos repasses de preços ao varejo (Valor)
- Judiciário pagou quase R$ 7 bi em vencimentos fora do teto em 2024 (O Globo)
- Lula culpa ‘intermediário’ e fala em venda direta de combustível (Estadão)
- Penduricalhos e retroativos no Ministério Público alavancam remunerações a até R$ 376 mil (Folha)
- De gás a isenção do IR, Lula mira medidas econômicas para reverter tombo na popularidade (O Globo)
- Anglo American vende operações de níquel no Brasil por até US$ 500 mi (Valor)
Mercado global
As bolsas da Europa operam mistas em meio às negociações para o fim da guerra na Ucrânia. No mercado, as ações de defesa perderam força em meio à falta de medidas concretas na Cúpula em Paris. Enquanto isso, os rendimentos dos títulos na Europa continuaram a subir, com o 10 anos da Alemanha atingindo 2,5%, o nível mais alto em quase três semanas.
Fortalecer a defesa e ajudar a Ucrânia pode custar cerca de US$ 3,1 trilhões à Europa na próxima década. A perspectiva menos otimista da consultoria Capgemini (-9,41%) derruba ações de TI.
Na Ásia, os índices da China encerraram o pregão no negativo, refletindo uma queda no entusiasmo do mercado com resultados da reunião de Xi Jinping com as empresas de tecnologia. Na contramão desse cenário, em Hong Kong, as ações das empresas tecnológicas subiram forte.
Já no Japão, a alta foi motivada por ações financeiras beneficiadas com a expectativa de mais elevações de juros.
Em Nova York, na reabertura após o feriado, o S&P 500 futuro sobe 0,3%, Stoxx Europe opera estável, o Nikkei fechou em alta de 0,2% e o Shanghai caiu 0,9%.
Confira os principais índices do mercado:
• FTSE 100 +0,1%
• Shanghai SE Comp. -0,9%
• MSCI EM +0,7%
• Dollar Index +0,1%
• Yield 10 anos +2,9bps a 4,5054%
• Petróleo WTI +1,5% a US$ 71,83 barril
• Futuro do minério em Singapura +0,9% a US$ 106,6
• Bitcoin -0,8% a US$ 95686,56
Commodities
- Petróleo: sobe mais de 1%, com interrupção no fornecimento ao Cazaquistão. O Brent/abril sobe 0,77%, a US$ 75,80 e o WTI/março avança 1,51%, a US$ 71,81. Delegados da Opep+ considera adiar a restauração da produção.
- Minério de ferro: fechou em alta de 2,51% em Dalian, na China, cotado a US$ 112,35/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em alta de 0,71%, cotados a US$ 106,55/ton e o mercado à vista avança 0,32%, cotado a US$ 106,80/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, a agenda do dia traz o indicador Empire Manufacturing e falas dos membros do Federal Reserve (Fed), Mary Daly e Michael Barr.
No mercado corporativo, a mineradora BHP teve queda de 23% no lucro subjacente, excluindo despesas pontuais, no primeiro semestre fiscal com a redução da demanda pela China. Já a Anglo American concordou em vender seu negócio de níquel no Brasil para a chinesa MMG, segundo a Bloomberg.
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Cenário nacional
No Brasil, em dia de agenda tranquila, destaque para o leilão de títulos pós-fixados pelo Tesouro NTN-Bs e LFTs, após fechamento da curva de juros ontem.
Entre os compromissos do dia, o presidente Lula recebe hoje, às 11h, o presidente de Portugal, Marcelo Rabelo de Souza, em Brasília.
Segundo o Globo, o presidente mira medidas econômicas para reverter tombo de popularidade, como lançamento do Gás para Todos, isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a mudança no crédito consignado, publicou.
Lula também discute com ministros a participação do governo na Eletrobras e acordo é esperado até sexta-feira, segundo publicação do Estadão.
Na continuação do calendário de balanços corporativos, para hoje, estão previstos os resultados do Carrefour Brasil, Grupo Pão de Açúcar (GPA) e Iguatemi.
Destaques no mercado corporativo
- BB Seguridade: lucrou R$ 2,2 bilhões no 4º trimestre, alta de 6%.
- Neoenergia: O lucro da empresa caiu 12% no 4º trimestre, para R$ 852 milhões.
- Raízen: busca levantar até US$ 750 milhões no mercado externo.
- Eneva: ampliou a capacidade de liquefação de gás natural na Unidade de Tratamento de Gás Natural do Complexo Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes (MA) para 600.000m³/dia.
- CCR PR Vias: anunciou sua 1ª emissão de debêntures simples, de até R$ 1,2 bi. Prazo e remuneradores não foram informados.
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