O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou a sessão de véspera do Carnaval em queda de 1,6%, aos 122.799,09 pontos, motivada por tensões políticas tanto no Brasil quanto no exterior.
Enquanto no cenário doméstico a eleição de Gleisi Hoffmann para a coordenação política do governo aumentava a preocupação com a situação fiscal, o mundo acompanhava a forte tensão entre Trump e Zelensky estabelecida em uma reunião para negociar o fim da guerra na Ucrânia.
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No mercado internacional, essa tensão se estende com o estabelecimento de uma guerra comercial que impacta os mercados globais, após o presidente dos Estados Unidos (EUA) confirmar a aplicação de tarifas aos seus parceiros comerciais a partir desta terça-feira (4) e ameaçar aumentar as taxas em caso de retaliação.
A China anunciou retaliação de imediato, assim como o México e o Canadá, que aplicará tarifa de 25% sobre produtos dos EUA. O México, no entanto, sinalizou disposição para uma negociação. Em seguida, o secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse que Trump poderá anunciar ainda nesta quarta-feira (5) “algum alívio” nas tarifas para Canadá e México.
Além desses países, o Brasil e a União Europeia foram citados por cobrar tarifas consideradas “injustas” pelos EUA e estão na mira das taxas recíprocas anunciadas por Trump, que entrarão em vigor em 2 de abril.
No contexto geopolítico, a tensão entre Os EUA e a Ucrânia em meio às negociações para o fim da guerra escalaram a um novo patamar. Além da tensão após a reunião na Casa Branca, neste final de semana Trump anunciou a suspensão de ajuda militar à Ucrânia, pressionando Zelensky a negociar com a Rússia. O presidente ucraniano, no entanto, segue com apoio massivo da Europa.
No Brasil, os mercados operam a partir das 13h, devido ao recesso de Carnaval, e devem ser diretamente impactados pelas tensões comerciais precipitadas pelos EUA, que já chegaram ao país e pela cautela do mercado em relação às medidas populistas extremas do presidente Lula.
Entre as últimas medidas anunciadas, o governo prepara medidas para conter alta dos alimentos, maior acesso ao crédito consignado e a liberação de saque do FGTS, que deve injetar cerca de R$ 12 bilhões na economia.
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Manchetes desta manhã
- China, Canadá e México retaliam tarifas do EUA, e guerra comercial escala (Valor)
- Zelenski sugere plano de cessar-fogo com a Rússia após pausa da ajuda militar americana (Estadão)
- Trump cita o Brasil ao defender tarifas sobre países que taxam os EUA (Valor)
- Crise da InterCement vai redefinir desenho do setor (Valor)
Mercado global
As bolsas da Europa operam em alta, em meio a esperanças de um acordo sobre as tarifas comerciais dos EUA após o secretário de Comércio dos EUA dizer que Trump “provavelmente” anunciará acordos de compromisso tarifário com o Canadá e o México em breve.
Na Ásia, os índices encerraram o pregão desta quarta-feira em alta, com a notícia de que a China conseguiu manter sua meta de crescimento para este ano e apesar das declarações de Trump. O governo chinês estabeleceu uma meta de crescimento de aproximadamente 5% para 2025, repetindo a meta do ano anterior.
O PMI de serviços da China também ajudou a impulsionar o otimismo do mercado. O índice subiu de 51 pontos para 51,4 de janeiro para fevereiro, mostrando expansão um pouco mais forte do setor.
Em Nova York, os índices futuros abriram em alta, na expectativa do anúncio ainda hoje de um alívio das tarifas dos EUA sobre seus parceiros comerciais.
Commodities
- Petróleo: cai pelo terceiro dia com aumento da produção da OPEP+ e tarifas de Trump. O brent/maio cai 1,07%, a US$ 70,28 e o WTI/abril recua 1,58%, a US$ 67,18.
- Minério de ferro: fechou em queda de 1,34% em Dalian, na China, cotado a US$ 106,25/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 0,70%, cotados a US$ 99,75/ton e o mercado à vista recua 0,59%, cotado a US$ 100,80/ton.
Cenário internacional
Nos Estados Unidos, destaque para indicadores econômicos importantes, como o Relatório ADP (empregos privados), PMI/S&P Global de Serviços, encomendas à indústria e Livro Bege.
O mercado aguarda com expectativa o Payroll de fevereiro e o discurso de Powell nesta sexta-feira (7), que calibram projeções para política monetária. A projeção é de um corte acumulado de 75pb nos juros pelo Federal Reserve (Fed).
Na Zona do Euro, a agenda traz o PMI final de serviços e o PMI composto para Alemanha, zona do euro e Reino Unido. No cenário fiscal, destaque para a expectativa de corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) de 2,75% para 2,50% nesta quinta-feira (6).
Cenário nacional
No Brasil, em meio às ações do governo para recuperar a popularidade do presidente, Lula cogitar Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência mantém o mercado em alerta. Além disso, o presidente estima crescimento acima de 2,5% para este ano, contrariando o governador Tarcísio (SP), que em reunião com prefeitos, estimou um recuo de até 2% do PIB.
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Destaques no mercado corporativo
- Petrobras: reduziu o preço do QAV em 5,9% (cerca de R$ 0,25/litro).
- Prio: aprovou aumento de capital de R$ 2,8 bilhões e recebeu licença do Ibama para o campo de Wahoo.
- Santander Brasil: saída do diretor Franco Raul Rizza e nomeação interina de Gustavo Alejo Viviani como CRO.
- WEG: concluiu a aquisição da Reivax, do setor de controle de geração de energia.
- AgroGalaxy: propôs agrupamento de ações (15 para 1) para atender exigências da B3.
- ANEEL: manteve bandeira tarifária verde em março, sem custo adicional na conta de luz.









