O Ministério da Fazenda divulgou nesta quarta-feira (19) o Boletim Macrofiscal de março, com previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estourar o teto da meta em 2025, ao ficar por mais de seis meses acima de 4,5%.
O Boletim Macrofiscal elevou a projeção de 4,8% para 4,9% em 2025, esperando que o indicador fique acima dos 5% até o 4º trimestre. Para o próximo ano, a expectativa da Fazenda avançou de 3,4% para 3,5%.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, a projeção de crescimento é de 2,3%. Para 2026, a estimativa foi ajustada de 2,6% para 2,5%, segundo a Secretaria de Política Econômica (SPE).
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Conforme os dados divulgados pela SPE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete a inflação percebida por famílias de menor renda, também foi revisado para cima, passando de 4,7% para 4,8% em 2025. Para 2026, a projeção subiu de 3,3% para 3,4%.
Impacto da economia global sobre a inflação
O Ministério da Fazenda destaca que o aumento do protecionismo em economias desenvolvidas, como os Estados Unidos, tem elevado as incertezas no mercado global e que esse cenário pode pressionar a inflação, mas também reduzir a atividade econômica devido ao impacto negativo nas exportações e nos investimentos.
Previsão de crescimento por setores da economia
Conforme o Boletim, no primeiro trimestre de 2025, o PIB brasileiro deve crescer cerca de 1,5% na comparação com o trimestre anterior, sustentado principalmente pelo avanço esperado de 12,8% para o PIB da agropecuária, impulsionado pela produção de soja, milho e arroz.
Para o setor de serviços espera-se um avanço de 0,3% no período, favorecido pelo aumento do consumo e reajuste do salário mínimo. Já a indústria deve ter uma retração de 0,2%, considerando a queda na margem da indústria de transformação.
Para o restante do ano, a atividade econômica tende a desacelerar, com estabilidade no segundo semestre. Para 2025, projeta-se crescimento de 6% na agropecuária, 2,2% na indústria e 1,9% nos serviços.
Impacto da inflação para o consumidor
A revisão para cima do IPCA em 2025 reflete, principalmente, expectativas de alta nos preços de bens industriais. A expectativa é de desaceleração nos preços de alimentos e serviços monitorados, como energia e combustíveis, e estabilidade na inflação de serviços.
A manutenção da taxa de câmbio em torno de R$ 5,80 pode ajudar a controlar parte dessa pressão inflacionária.
Para 2026, a inflação prevista é de 3,5% devido a efeitos inerciais, principalmente. De 2027 em diante, projeta-se o IPCA próximo ao centro da meta do Banco Central, de 3%.
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Projeção para o déficit cai pelo 4° mês seguido
No Prisma Fiscal de fevereiro, a projeção mediana para o déficit primário de 2025 caiu pelo quarto mês seguido, passando de R$ 84,3 bilhões em janeiro para R$ 80 bilhões. Este é o menor valor estimado desde fevereiro de 2024.
Na comparação por período, no último Boletim, de novembro de 2024, a estimativa era de um déficit de R$ 89,6 bilhões.
A mediana das expectativas para a Dívida Bruta do Governo Geral em 2025 ficou em 80,7% do PIB, ante 81,7% na projeção de novembro de 2024.