A taxa de desemprego no Brasil chegou a 7% no primeiro trimestre de 2025, subindo 0,8 ponto percentual frente ao trimestre anterior, quando alcançou 6,2%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (16).
Na comparação com o quarto trimestre de 2024, a desocupação aumentou em 12 dos 27 estados e ficou estável nos outros 15.
Segundo a pesquisa, o desemprego é maior em Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%); enquanto os menores índices foram registrados em Santa Catarina (3,0%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%).
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O analista do IBGE, William Kratochwill, destaca que o aumento tem origem sazonal, resultado do fim dos contratos temporários de fim de ano.
Apesar da alta de 0,8 ponto percentual frente ao trimestre anterior, o índice é o menor já registrado para um primeiro trimestre desde o início da série histórica.
Desemprego de longo prazo recua
A pesquisa do IBGE mostra uma redução no número de desocupados em todas as faixas de tempo de procura por trabalho, quando comparadas ao mesmo período de 2024.
O número de pessoas buscando trabalho por dois anos ou mais caiu para 1,4 milhão — o menor patamar desde 2015 para um primeiro trimestre.
Embora o dado represente uma queda de 25,6% em relação ao ano anterior, ainda está 8,1% acima do mínimo histórico, registrado em 2014 (1,3 milhão).
Segundo Kratochwill, 21,5% dos desocupados estavam nessa situação há menos de um mês, superando pela primeira vez o número de pessoas desocupadas há mais de dois anos nesse período do ano.
Gênero e escolaridade pesam na taxa de desemprego
A taxa de desocupação entre as mulheres (8,7%) segue superior à dos homens (5,7%). Por grupo racial, o índice ficou abaixo da média nacional para brancos (5,6%) e acima para pretos (8,4%) e pardos (8,0%).
Em relação à escolaridade, a taxa foi maior entre pessoas com ensino médio incompleto (11,4%). Para quem tem ensino superior incompleto, a taxa foi de 7,9%, enquanto para quem concluiu o ensino superior, foi de 3,9%.
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Informalidade em alta no Norte e Nordeste
A taxa de informalidade no Brasil atingiu 38,0% da população ocupada. Esse índice considera trabalhadores sem carteira assinada, sem CNPJ ou em atividade familiar auxiliar.
As maiores taxas de trabalhos informais foram registradas no Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%); enquanto Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%) aparecem com menos trabalhos informais.
A proporção de trabalhadores por conta própria no Brasil foi de 25,3%. Rondônia lidera esse grupo com 35,6%, seguido por Maranhão (32,7%) e Amazonas (31,2%). Os menores percentuais foram observados no Distrito Federal (19,0%), Tocantins (20,6%) e Mato Grosso do Sul (21,2%).
Trabalho com carteira assinada por região
A PNAD Contínua também traz uma variação nos números de trabalho com carteira assinada também por região. Entre os trabalhadores do setor privado, 74,6% têm carteira de trabalho assinada.
Os maiores percentuais foram registrados em Santa Catarina (87,8%), São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%). Os menores estão no Maranhão (51,8%), Piauí (52,0%) e Pará (55,1%).
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Rendimento médio real em alta no Sul e Nordeste
O rendimento médio real de todos os trabalhos foi estimado em R$ 3.410. Houve aumento em relação ao trimestre anterior (R$ 3.371) e também frente ao mesmo período de 2024 (R$ 3.279).
As regiões Sul (R$ 3.840) e Nordeste (R$ 2.383) tiveram altas estatisticamente significativas. As demais regiões mostraram estabilidade.
A massa de rendimento real habitual totalizou R$ 345,0 bilhões, mantendo-se estável no trimestre, mas com alta de 6,6% em relação ao ano anterior (R$ 21,2 bilhões a mais). O Sudeste concentrou a maior parte dessa massa (R$ 174,9 bilhões) e o Norte, a menor (R$ 21,1 bilhões).