O Ibovespa recua no início do pregão desta terça-feira (19) com forte influência do setor bancário em meio ao aumento das tensões entre o Superior Tribunal Federal (STF) e os Estados Unidos.
Às 11h40, o índice operava em queda de 1,93%, aos 134.668,80 pontos, com apenas cinco ações em alta, operando na mínima do dia. Com o desempenho parcial, o Ibovespa reverte os ganhos de 0,72%, aos 137.321 pontos, impulsionado justamente pelos bancos.
O contrato futuro do Ibovespa para outubro (INDV25) também operava em baixa, com declínio de 1,87%. O volume projetado de negócios era de R$ 18,3 bilhões.
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STF e Lei Magnitsky pressionam bancos
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino de que leis e ordens judiciais estrangeiras não têm validade imediata no Brasil trouxe forte impacto para os bancos.
A interpretação do mercado é de que isso pode evitar a aplicação da Lei Magnitsky no país, que prevê sanções a autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos.
Papéis do setor financeiro caíam em bloco na sessão desta terça-feira:
- BTG Pactual units (BPAC11): -3,20%, a R$ 43,63
- Bradesco PN: -2,26%, a R$ 15,98
- Itaú PN (ITUB4): -2,22%, a R$ 36,62
- Banco do Brasil ON (BBAS3): -0,81%, a R$ 20,90
- Santander (SANB11): -2,64%, a R$ 26,55
- Bradesco (BBDC4): -2,32%, a R$ 15,97
Reação dos Estados Unidos ao STF amplia tensão
O governo americano reagiu à decisão de Dino, afirmando que nenhum tribunal estrangeiro pode anular sanções impostas pelos Estados Unidos. Washington voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, ampliando o desgaste diplomático.
Esse embate entre Brasília e Washington reforçou a aversão ao risco e aprofundou a queda dos papéis bancários, que haviam sustentado os ganhos do índice na véspera.
Com o aumento da aversão ao risco, investidores buscavam ativos defensivos. O dólar operava em alta de 0,69%, cotado a R$ 5,47 e puxava os juros futuros para cima, refletindo a percepção de maior incerteza.
Nos mercados internacionais, o desempenho era misto na abertura. Em Nova York, o Dow Jones futuro subia 0,15%, enquanto o S&P 500 caía 0,19% e o Nasdaq recuava 0,40%. Na Europa, o índice Stoxx 600 avançava 0,15%.
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Petrobras, siderúrgicas e Vale também pressionam o Ibovespa
Além dos bancos, as ações da Petrobras recuavam 1,58% (PETR4), a R$ 29,88 e 1,28% (PETR3), a R$ 32,44, acompanhando a queda do petróleo no mercado internacional.
O movimento também atinge siderúrgicas, como a CSN (CSNA3), que recua 1,98%, a R$ 6,94, diante da desvalorização do minério de ferro.
Na contramão, os papéis da Vale (VALE3) apresentavam leve alta de 0,11%, a R$ 53,26, amenizando parte das perdas do índice.