O Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP) registrou 97 pontos em agosto, revelando uma alta de 2,1% em relação a julho e o terceiro avanço mensal este ano, segundo estudo elaborado pela PiniOn para o Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP).
Na comparação anual, houve queda de 8,5%. O patamar de confiança do consumidor paulista segue ainda abaixo dos 100 pontos, nível que separa otimismo de pessimismo, mantendo o indicador no campo pessimista.
Para o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, o avanço recente na confiança pode estar relacionado à resiliência do mercado de trabalho.
“O crescimento do emprego e da renda pode ter contribuído para a melhora na percepção da situação atual. No entanto, à medida que a desaceleração econômica, provocada pela elevada taxa básica de juros (Selic), se intensifique nos próximos meses, é possível que a confiança volte a ser impactada negativamente”, avalia.
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Classes AB impulsionam consumo
A recuperação parcial da confiança do consumidor foi impulsionada principalmente pelas famílias das classes AB, que registraram melhora no índice. Já a classe C apresentou retração e a classe DE ficou estável no período.
Pela primeira vez, o levantamento trouxe recorte por gênero. O estudo apontou avanço da confiança tanto entre homens quanto entre mulheres.
Renda e emprego pressionam confiança do consumidor
Na percepção atual, os entrevistados relataram leve melhora em relação à própria situação financeira. Por outro lado, a segurança no emprego recuou e as expectativas futuras para renda e mercado de trabalho se deterioraram.
Esse cenário impactou diretamente o comportamento do consumidor. A pesquisa registrou menor disposição para comprar itens de maior valor, como imóveis e veículos, além de bens duráveis, como eletrodomésticos.
A pesquisa também revelou que, diante desses fatores, houve redução no interesse em investir para o futuro.
Confiança do consumidor paulista segue tendência pessimista
Na cidade de São Paulo, o Índice de Confiança do Consumidor (ICCSP) atingiu 89 pontos em agosto. O resultado representa alta de 2,3% em relação a julho, mas aponta uma queda de 6,3% frente ao mesmo período de 2024. Assim como o ICCP, o indicador segue no campo pessimista.
A evolução da confiança na capital mostrou resultados distintos entre as classes socioeconômicas: alta entre as classes AB e C, e estabilidade na classe DE.
No recorte por gênero, a confiança recuou entre as mulheres e subiu de forma significativa entre os homens.
As percepções sobre a situação atual melhoraram, apesar da queda na segurança do emprego. Já as expectativas para renda e mercado de trabalho pioraram.
Nesse cenário, os entrevistados relataram menos interesse na aquisição de bens de maior valor e bens duráveis. Em contrapartida, houve aumento na disposição para investir.
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A pesquisa conclui que tanto o ICCP quanto o ICCSP registraram alta em agosto, mas acumulam queda em relação ao ano anterior e permanecem abaixo dos 100 pontos, ainda em campo pessimista.