O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, teve um novo recorde intradiário nesta terça-feira (23), tocando a marca dos 147 mil pontos. E também superou patamares históricos de fechamento, ao encerrar o pregão em alta de 0,91%, aos 146.424 pontos.
A alta foi motivada pela aproximação inesperada entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, além do anúncio de uma reunião entre os líderes na próxima semana para debater sobre questões tarifárias.
A notícia trouxe alívio dos investidores, que temiam novas sanções dos EUA contra a economia brasileira após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, e impulsionou o Ibovespa, enquanto o dólar ampliava suas perdas ante o real, cotado abaixo de R$ 5,29.
As ações da Petrobras também ajudaram a sustentar o índice, com destaque para alta de 2,64% (ON) e 1,69% (PN), na esteira da valorização do petróleo. Por outro lado, a Vale encerrou a sessão em queda de 0,57%, limitando os ganhos.
A notícia da iminente reunião entre os líderes do Brasil e dos Estados Unidos também animou o setor financeiro, com destaque para Banco do Brasil, que avançou 2,88%.
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No mercado internacional, esta quarta-feira (24) é de agenda esvaziada e ainda deve repercutir o clima amistoso entre Donald Trump e o presidente brasileiro, com expectativa de negociação sobre as sanções comerciais impostas pelos EUA.
No setor corporativo, o otimismo no setor de inteligência artificial ofusca em parte a reação negativa do mercado ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ontem, sobre as incertezas quanto a novos cortes do juro americano.
Nesta terça-feira, a Micron Technology, vista por investidores como um termômetro relevante para o mercado de inteligência artificial, viu suas ações subirem após seus resultados superarem as expectativas de Wall Street.
O Alibaba também esteve no radar, registrando ganhos de 9% em Hong Kong, após anunciar planos de aumentar os gastos com inteligência artificial, além da meta inicial de US$ 50 bilhões.
No Brasil, apesar do clima de otimismo com a possibilidade de uma nova rodada de negociação tarifária com o governo dos Estados Unidos, investidores aguardam os capítulos da próxima semana em clima de cautela, contando com o humor imprevisível de Trump.
No front político, Lula encerra hoje a viagem a Nova york, com eventos em defesa da democracia e do clima. Enquanto isso, a CCJ do Senado vota o parecer contrário à PEC da Blindagem, com expectativa de seja derrotada já na própria CCJ e, com isso, a pauta seja definitivamente encerrada.
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Manchetes desta manhã
- Lula e Trump trocam farpas na ONU, mas acertam conversa para próxima semana (Valor)
- Senado reforça freio a projetos polêmicos aprovados na Câmara e deve barrar PEC da Blindagem (Estadão)
- Eduardo Bolsonaro fica mais próximo de cassação depois de ofensiva da Câmara e sofre revés com Trump (Folha)
- Lula pode oferecer minerais críticos e regulação de big techs em negociação com Donald Trump (O Globo)
- Mudança na reforma tributária pode gerar perda anual de até R$ 46 bi (Valor)
Mercado global otimista com inteligência artificial
As Bolsas da Europa caem após fala cautelosa do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre incerteza do juro americano ter reduzido o apetite ao risco.
Powell alertou para riscos crescentes à economia, destacando incertezas sobre juros, possível aceleração da inflação e fragilidade no mercado de trabalho.
Por outro lado, os PMIs preliminares da zona do euro foram portadores de boas notícias, revelando que em setembro o maior ritmo de expansão em 16 meses, expondo aceleração na Alemanha e fraqueza na França devido a instabilidade política.
Na Ásia, as bolsas chinesas se recuperaram das perdas da véspera com apoio de ações de tecnologia ligadas a IA e semicondutores: Xangai subiu 0,83% e Shenzhen avançou 1,80%.
Também em Hong Kong a sessão foi positiva, com o índice Hang Seng fechando em alta de 1,37%. No Japão, após feriado, o Nikkei encerrou em alta de 0,34%. A exceção ficaram com a Coreia do Sul e Taiwan, com o índice Kospi perdendo 0,40% e o Taiex, 0,19%.
Em Nova York, os índices futuros sobem apoiados por novos investimentos do Alibaba e pela projeção otimista da Micron para o trimestre, que impulsionam o otimismo com a inteligência artificial.
Confira os principais índices do mercado:
•S&P 500 Futuro +0,1%
•FTSE 100 -0,1%
•CAC 40 -0,3%
•Nikkei 225 +0,3%
•Hang Seng +1,4%
•Shanghai SE Comp. +0,8%
•MSCI World -0,1%
•MSCI EM +0,4%
•Bitcoin +0,7% a US$ 112746,5
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Commodities
- Petróleo: sobe após um relatório da indústria mostrar que os estoques dos EUA caíram na semana passada, aumentando a sensação de aperto na oferta. O API estimou queda de 3,821 milhões de barris na semana encerrada em 19/9, após -3,420 milhões de barris de petróleo da semana anterior.
O Brent/novembro sobe 1,04%, cotado a US$ 68,33 e o WTI avança 1,07%, a US$ 64,09 - Minério de ferro: fechou estável em Dalian, na China, cotado a US$ 112,82/ton. Em Singapura, os contratos futuros avançam 0,05%, cotados a US$ 106,05/ton e o mercado à vista segue estável, cotado a US$ 105,70/ton.
Cenário internacional otimista com investimentos de inteligência artificial
Sem indicadores econômicos relevantes na agenda, o mercado é guiado pelas novidades do setor de tecnologia e inteligência artificial.
Nos EUA, o otimismo com o setor de inteligência artificial amenizou, em parte, a reação negativa aos comentários feitos ontem pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
Apesar de manter a possibilidade de novos cortes de juros ainda neste ano, Powell ressaltou que qualquer redução seria aplicada com cautela. Ele também afirmou que as ações estão “bastante valorizadas”.
Ainda sobre política monetária, os investidores acompanham o discurso de Mary Daly, membro não votante do Fed.
No campo geopolítico, o presidente Donald Trump afirmou, em sua rede social nesta terça-feira que a Ucrânia está em condições de recuperar todo o território perdido para a Rússia, considerando a fragilidade econômica de Moscou.
Cenário nacional repercute aproximação entre Trump e Lula
No Brasil, os investidores locais devem reagir à surpresa causada pela reaproximação entre Brasil e Estados Unidos, depois que Trump elogiou Lula durante evento da ONU ontem.
Ainda na agenda de eventos da ONU, Lula participa hoje da sessão de abertura do evento sobre clima para chefes de Estado e governo na sede da ONU e em seguida, concede entrevista coletiva.
Na seara política, o Senado vota hoje o projeto que retira as despesas de R$ 30 bilhões para combater o tarifaço do teto de gastos do governo e a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deve votar o projeto de lei que isenta o Imposto de Renda de quem recebe até R$ 5 mil mensais.
Entre os compromissos do dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
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Destaques no mercado corporativo
- Banco do Brasil: ações avançaram 2,88%, a R$ 22,13, com expectativa de redução dos riscos da Lei Magnitsky após sinal de aproximação Brasil-EUA.
- Itaú: valorizou 1,59%, a R$ 39,05, acompanhando movimento positivo do setor bancário.
- MBRF (Marfrig + BRF): estreou na B3 em forte queda de 6,72%, refletindo cautela de investidores com sinergias da fusão.
- Yduqs: recebeu autorização do MEC para 60 vagas de medicina na Unifametro, em Fortaleza, em operação avaliada em R$ 82,9 milhões.
- Multiplan: aprovou distribuição de R$ 120 milhões em JCP (R$ 0,2455 por ação), com pagamento até 30/09/2026.
- OpenAI, dona do ChatGPT: anunciou uma parceria de US$ 500 bilhões com Oracle, Softbank e o governo americano para construir cinco novos data centers, impulsionando a infraestrutura de inteligência artificial no país.
- CAMEX: reduziu tarifas de importação para 15 produtos sem produção nacional e prorrogou por mais 12 meses as alíquotas elevadas aplicadas a itens químicos, papel-cartão e pneus de automóveis.
