O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, interrompeu a sequência de recordes nesta quinta-feira (25), encerrando o pregão em queda de 0,81%, aos 145.306,23 pontos, impactado por dados de inflação no Brasil e pelo PIB dos Estados Unidos (EUA) acima do esperado antes da divulgação do PCE, que pode mudar a direção dos juros nos EUA.
Na leitura prévia da inflação (IPCA-15) de setembro, houve um aumento de 0,48%, reforçando a percepção de pressões inflacionárias, que podem minar a possibilidade redução da taxa básica de juros (Selic) este ano.
Os dados sobre a economia dos EUA também pressionam as apostas de novos cortes em breve pelo Federal Reserve (Fed), reduzindo as chances para 60%. O PIB do segundo trimestre aumentou 3,8%, acima do esperado, com uma virada em relação ao primeiro trimestre, quando houve contração da economia.
Na Bolsa de Valores, os destaques da sessão foram a Vale, que encerrou em alta de 0,55%, acompanhando a alta do minério de ferro na China; enquanto a Petrobras somou perdas de 1,76% (ON) e de 0,80% (PN), atribuídas à oscilação do preço do petróleo.
O movimento negativo também acompanhou o setor financeiro, com Itaú encerrando em queda de 0,80% (PN) e Banco do Brasil com perda de 1,45% (ON); enquanto Natura (+2,34%) e Magazine Luiza (+1,29%) lideraram as altas da sessão.
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No mercado internacional, a expectativa é grande pela divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE). Isso, porque o indicador de inflação preferido do Fed pode mudar a direção dos juros na próxima reunião de política monetária do Fed em outubro, após dados do PIB acima do esperado e apesar do enfraquecimento evidente do mercado de trabalho.
O resultado do indicador deve influenciar o desempenho das bolsas globais, além de puxar os juros e a cotação do dólar ante outras moedas.
No setor de comércio internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem a aplicação de novas tarifas sobre produtos farmacêuticos, caminhões pesados, móveis e itens de banheiro e cozinha. As taxas, que variam de 25% a 100%, começam a valer em 1º de outubro.
A Comissão Europeia, no entanto, afirma que tarifas de Trump sobre produtos farmacêuticos terão teto de 15%.
No Brasil, após os números do IPCA-15 impactarem o otimismo dos investidores sobre um adiantamento do ciclo de corte de juros aqui no Brasil, a semana encerra com os números do setor externo em agosto.
Destaque também para a participação do Diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, em evento do Citi, a partir das 11h.
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Manchetes desta manhã
- Empresas reveem planos de investimentos em cenário de maior incerteza (Valor)
- PCC lava dinheiro com franquias de perfume, imóveis e até motéis em SP (O Globo)
- usou 60 motéis para lavar dinheiro e movimentou R$ 450 milhões (Estadão)
- Governo brasileiro freia o processo da Lei da Reciprocidade e aguarda reunião entre Trump e Lula (Folha)
- Trump diz que taxará caminhões, medicamentos e móveis fabricados fora dos EUA (Valor)
- Gol e Azul anunciam fim das negociações para união e da parceria via codeshare (Valor)
Mercado global de olho no PCE
As Bolsas da Europa sobem com finanças e indústria, mas saúde cai após Trump anunciar plano de taxar o setor.
A Comissão Europeia aponta para uma declaração conjunta com os EUA que observa que as tarifas sobre o setor não superam 15%. Com a notícia, Novo Nordisk cai 1,22% e Galderma cede 1,03%.
Trump também anunciou tarifas de 25% sobre caminhões pesados, derrubando Daimler Truck (-3,12%) e Traton (-2,12%). Munich Re da Alemanha (+3%) e a SCOR da França (+1,70%) lideram as seguradoras.
Ações de aço na região ganham com notícia de que a União Europeia planeja impor de 25% a 50% sobre o aço chinês e afins, favorecendo ações da ArcelorMittal, que sobe 1,47%, assim como Aperam, que registra alta de 1,59%, além da alemã Thyssenkrupp (+1,58%) e a Salzgitter (+3,89%).
Na Ásia, a notícia fez os índices despencarem, afetando principalmente a praça da Coreia do Sul, com o índice Kospi perdendo 2,45% após baixas de empresas como a Samsung Biologics.
Na China, o índice de Xangai recuou 0,65%, enquanto Shenzhen teve forte baixa de 1,76%. Em Hong Kong, o Hang Seng fechou em queda de 1,35%, o Taiex encerrou o pregão em queda de 1,70% e no Japão, o Nikkei caiu 0,80%.
Em Nova York, os índices futuros operam mistos à espera do PCE, que deve ajudar a definir as próximas decisões sobre os juros.
Confira os principais índices do mercado:
•S&P 500 Futuro estável
•FTSE 100 +0,3%
•CAC 40 +0,4%
•Nikkei 225 -0,9%
•Hang Seng -1,3%
•Shanghai SE Comp. -0,7%
•MSCI World estável
•MSCI EM -1,4%
•Bitcoin -0,2% a US$ 109001,56
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Commodities
- Petróleo: se estabiliza antes do PCE, que pode deixar o Fed mais cauteloso sobre cortes nas taxas de juros.
Do lado da oferta, o fluxo do Curdistão iraquiano para a Turquia será retomado no sábado, segundo autoridades do Iraque. A commodity caminha para um ganho semanal de mais de 4% após os ataques da Ucrânia à infraestrutura energética da Rússia somados à queda nos estoques americanos apertarem as perspectivas do mercado.
O Brent/nov tem alta moderada de 0,09%, cotado a US$ 69,48 e o WTI/nov sobe 0,05%, a US$ 65,01 - Minério de ferro: fechou em queda de 1,74% em Dalian, na China, cotado a US$ 110,74/ton. Em Singapura, os contratos futuros caem 2,21%, cotados a US$ 103,55/ton e o mercado à vista recua 0,33%, cotado a US$ 105,25/ton.
Cenário internacional aguarda PCE para reposicionar apostas sobre os juros
Nos EUA, toda atenção do mercado está voltada para a divulgação do PCE, previsto para as 9h30 (horário de Brasília), com projeção do BTG Pactual de alta de 0,28% na comparação mensal.
Ainda hoje nos Estados Unidos, está previsto o índice de confiança do consumidor de setembro, que mostra a disposição do consumo das famílias.
Após os ataques da Ucrânia à infraestrutura energética da Rússia, o país proibiu exportações de combustíveis até o final do ano para amenizar o racionamento, uma vez que o fornecimento no país vem sendo interrompido por drones.
Cenário nacional acompanha declarações do Banco Central
No Brasil, a agenda do dia destaca a divulgação dos balanços de pagamentos de agosto e dados da confiança da indústria de setembro, que reflete as condições do setor em relação a produção, demanda e custos.
A agenda política da semana encerra com a participação do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, no evento do Citi, a partir das 11h.
Nesta quinta-feira, durante a coletiva de apresentação do Relatório de Política Monetária (RPM), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que considera legítimas as críticas ao atual patamar da Selic, mantida em 15% ao ano. No entanto, destacou que a prioridade da instituição é conduzir a inflação para a meta, garantindo a preservação do poder de compra e da renda dos trabalhadores.
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Destaques no mercado corporativo
- Gol e Azul: anunciaram o fim das negociações para uma possível combinação de seus negócios e do acordo de codeshare.
- Azul: perdeu incentivos fiscais em MT após cortar seis rotas; segue em reestruturação.
- Braskem: contratou assessores para auxiliá-la em alternativas para otimizar sua estrutura de capital e mitigar o ciclo de baixa no setor, segundo o Valor Econômico.
- Cury: aprovou dividendos de R$ 200 mi (R$ 0,6852/ação), pagamento em 7/10.
- Ambipar: teve rating rebaixado a default pela S&P após pedir à Justiça suspensão de cláusulas de dívida.
- Santander: aprovou novo programa de recompra de ações que pode movimentar até R$ 1 bilhão para adquirir units da companhia.