No terceiro trimestre deste ano, o fluxo de investimento estrangeiro na Bolsa de Valores brasileira (B3) passou de uma forte atuação para um ritmo de estagnação. O saldo líquido de entrada de capital estrangeiro foi de apenas R$ 170 milhões no período, incluindo ofertas públicas iniciais (IPOs) e subsequentes (follow-ons), segundo dados da Elos Ayta.
Sem essas operações, o valor cai ainda mais, para R$ 64 milhões, o que representa praticamente um empate técnico entre compras e vendas.
Esse movimento de desaceleração marca o trimestre de menor entrada líquida desde meados de 2024, refletindo uma postura mais cautelosa do investidor estrangeiro em relação à Bolsa brasileira.
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B3 tem a menor movimentação desde o primeiro semestre de 2024
Segundo dados da consultoria, o esfriamento do apetite estrangeiro fica evidente nos volumes movimentados. As compras totalizaram R$ 825,34 bilhões, enquanto as vendas alcançaram R$ 825,28 bilhões.
Essa é a menor movimentação desde o segundo trimestre de 2024, quando os estrangeiros haviam comprado R$ 809,9 bilhões e vendido R$ 827,16 bilhões.
Há uma grande diferença quando comparamos esses números com os auditados no trimestre anterior: entre abril e junho deste ano, as compras somaram R$ 939,36 bilhões, registrando o maior volume desde o quarto trimestre de 2022 (R$ 1,15 trilhão).
As vendas também foram intensas no segundo trimestre, atingindo R$ 923,56 bilhões, o maior montante desde 2022, quando chegaram a R$ 1,11 trilhão.
Confira o fluxo de capital estrangeiro deste ano na comparação com anos anteriores:

Setembro marca recuperação pontual do fluxo estrangeiro
O mês de setembro destoa dos demais meses do trimestre, registrando um saldo líquido de entrada estrangeira de R$ 5,27 bilhões, o melhor resultado desde junho (R$ 5,39 bilhões).
Sem considerar IPOs ou follow-ons, o movimento do mês reflete principalmente compras efetivas no mercado secundário, onde são negociadas ações já listadas em Bolsa.
Segundo análise da Elos Ayta, o fluxo observado em setembro também reforça uma tendência de predominância de fluxos positivos ao longo do ano: em sete dos nove meses de 2025, o saldo estrangeiro foi positivo.
As exceções ocorreram em abril e junho, sendo este último mês marcado por uma saída líquida de R$ 6,27 bilhões, a maior retirada do ano até o momento.
Investidor estrangeiro está mais seletivo
Mesmo com a desaceleração recente, o saldo do fluxo estrangeiro no ano continua positivo. Até setembro, o total de entradas líquidas soma R$ 27,07 bilhões, inclusive IPOs e follow-ons, e R$ 26,51 bilhões considerando apenas no mercado secundário.
Para a Elos Ayta, esses dados revelam um perfil mais seletivo do investidor estrangeiro, além de uma percepção mais sensível ao ambiente de negócios.
A combinação de juros altos, volatilidade política e incertezas sobre o ritmo da economia global tem levado o estrangeiro a adotar uma postura mais conservadora, aguardando sinais mais claros sobre crescimento econômico e estabilidade do mercado interno, segundo a consultoria.
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Mesmo com o recuo no ritmo de aportes, o capital estrangeiro segue sendo um dos principais sustentadores da liquidez da B3.
Segundo a Elos Ayta, a movimentação quase nula no terceiro trimestre pode ser interpretada como um sinal de espera do investidor estrangeiro, que está mais cauteloso ao ampliar sua exposição ao risco no Brasil, após testar a atratividade dos preços no primeiro semestre.