Em meio à cautela em torno do cenário fiscal com a corrida para aprovação da Medida Provisória (MP) 1.303/2025, que altera a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, retomou o ritmo de alta após dois dias de correção, encerrando o pregão desta quarta-feira (8) em alta de 0,56%, aos 142.145 pontos.
A MP do IOF escalou para o patamar de corrida eleitoral, com relatos de deputados sobre telefonemas do presidente Lula e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, protagonizando uma disputa política nos bastidores.
Como resultado da disputa, a Câmara decidiu retirar da pauta a MP alternativa ao IOF, com um placar de 251 votos a favor e 193 contra a remoção de pauta.
Se aprovada, a MP poderia ampliar a arrecadação em cerca de R$ 17 bilhões em 2026 e seria o pilar da salvação do governo para cumprir a meta de superávit fiscal. Já para a oposição, a medida é “eleitoreira”, visando financiar programas sociais com fins eleitorais.
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Em destaque no Ibovespa, a Petrobras limitou os ganhos do índice com quedas de 1% (ON) e 0,58% (PN), apesar da alta do petróleo.
A Vale registrou alta de 0,77% na sessão, enquanto o setor financeiro teve desempenho misto, com destaque para Bradesco, que subiu 1,47% (ON) e 1,61% (PN).
Entre as maiores altas e baixas do índice, Ultrapar (+5,54%) se destacou com a maior alta da sessão, enquanto Hypera teve uma perda de 5,02%.
No cenário internacional, o shutdown nos Estados Unidos completa mais um dia, sem qualquer indício de negociação entre o governo Trump e os democratas no Congresso.
Na agenda do dia, destaque para o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sobre bancos comunitários; além de outros Fed boys que discursam após a ata do Fomc não mudar as apostas massivas em novos cortes do juro americano.
Lá fora também repercute a notícia de que Israel e Hamas assinaram um acordo para libertar os reféns, com mediação dos EUA, sinalizando uma desescalada no conflito do Oriente Médio.
No Brasil, o IPCA é o destaque do dia, além de mais um recorte da pesquisa Genial/Quaest, que mostra o presidente Lula liderando os cenários nas eleições de 1º e 2º turno para 2026, abrindo vantagem sobre Tarcísio de Freitas.
A diferença entre presidente em eventual segundo turno contra o governador de São Paulo agora é de 12 pontos.
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Manchetes desta manhã
- Câmara enterra MP do IOF e impõe derrota ao governo, que vê impacto de R$ 46 bi até 2026 (Valor)
- Israel e Hamas assinam primeira etapa do acordo de paz em Gaza (O Globo)
- Lula diz que vai propor que sistema financeiro ‘pague o devido imposto’, após derrubada de MP (Folha)
- PF abre nova fase de operação que apura fraudes no INSS e faz buscas em sindicato ligado a irmão de Lula (Estadão)
- Secretário de Estado dos EUA ligou para Mauro Vieira, diz Lula (Valor)
Mercado global
As Bolsas da Europa operam mistas com o peso do setor financeiro após a queda do HSBC que propôs a privatização do Hang Seng Bank de Hong Kong. De outro lado, as ações de mineração e tecnologia ajudam a equilibrar os índices europeus.
Na Ásia, após uma semana sem operar em razão da Golden Week, as bolsas chinesas retomaram os negócios nesta quinta-feira e terminaram o dia em alta importante tanto em Xangai (+1,32%) quanto em Shenzhen (+1,47%).
No Japão, o índice Nikkei fechou em forte alta sob influência do Softbank Group, que subiu mais de 11% após anunciar a conclusão de negócio voltado à robótica.
Em Taiwan, o índice Taiex subiu 0,88 com dados importantes da TSMC, que anunciou receita maior no 3º trimestre, valorizando as ações da empresa.
A exceção ficou com o índice Hang Seng, de Hong Kong, que perdeu 0,29%, enquanto na Coreia do Sul os mercados ficaram fechados em razão de feriado nacional.
Em Nova York, os índices futuros buscam a estabilidade após o S&P 500 e Nasdaq renovarem recordes com o rali das ações de inteligência artificial na véspera.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro -0,1%
• FTSE 100 -0,4%
• CAC 40 +0,2%
• Nikkei 225 +1,8%
• Hang Seng -0,3%
• Shanghai SE Comp. +1,3%
• MSCI World estável
• MSCI EM +0,3%
• Bitcoin -0,7% a US$ 122040,38
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Commodities
- Petróleo: Os preços recuam diante da iminente assinatura de um cessar-fogo nos ataques de Israel contra a Faixa de Gaza, na Palestina. Além disso, há pressão também diante da alta nos estoques de petróleo bruto anunciada ontem pelos Estados Unidos.
O Brent/dezembro cai 0,32%, cotado aos US$ 66,04 e o WTI/novembro recua 0,40%, aos US$ 62,30 - Minério de ferro: fechou em alta de 0,96% em Dalian, na China, cotado a US$ 110,95/ton.
Em Singapura, os contratos futuros sobem 0,91%, cotados a US$ 104,95/ton e o mercado à vista avança 0,82%, cotado a US$ 105,00/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, em mais um dia de paralisação do governo e agenda esvaziada, os investidores acompanham o discurso pré-gravado do presidente do Fed, Jerome Powell, às 9h30.
Outros membros da instituição também fazem pronunciamento hoje, como Michele Bowman, membro votante do FOMC, às 9h45, Michael Barr (votante), às 13h45, e Neel Kashkari (não votante), às 14h.
No contexto geopolítico, o presidente Donald Trump afirmou ontem que Israel e o Hamas assinaram, no Egito, a primeira fase do acordo para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, permitindo a libertação de todos os reféns israelenses. Segundo a TV estatal egípcia Qahera, o cessar-fogo entrou oficialmente em vigor após meio-dia na região.
Já na Ucrânia, a tentativa de Trump de mediar um cessar-fogo fracassou, segundo autoridades russas. O vice-chanceler Serguei Riabkov culpou líderes europeus pelo impasse e alertou que qualquer envio de mísseis Tomahawk para Kiev será neutralizado pelos russos.
No campo comercial, a China introduziu novos controles sobre exportações de terras raras, exigindo que entidades estrangeiras obtenham aprovação governamental antes de reexportar produtos de origem chinesa.
No setor corporativo, a temporada de balanços começa a ganhar tração com os resultados da PepsiCo e Delta Airlines previstos para hoje.
Cenário nacional repercute derrota do governo na MP do IOF
No Brasil, o destaque na agenda econômica é a divulgação do IPCA de setembro, indicador oficial de inflação e referência para a política monetária do Banco Central (BC).
Em Brasília, a Câmara dos Deputados derrubou a MP alternativa ao IOF que ajudaria o governo a atingir a meta fiscal em 2026.
Sem aprovação, as regras atuais permanecem válidas para 2026, mantendo o modelo regressivo de alíquotas e as isenções de produtos como LCI, LCA e debêntures incentivadas.
Na agenda política, o presidente Lula cumpre agenda na Bahia, com visitas às fábricas e linhas de montagem de veículos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad cumpre agenda em evento em São Paulo, às 14h.
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Destaques no mercado corporativo
- CSN / Harsco Metals: Foram denunciadas pelo MPF por crimes ambientais; a CSN afirma que a ação é infundada.
- Iguatemi: Fundo Radar reduziu participação acionária de 12,71% para 9,91%, com 43,1 milhões de ações PN.
- Americanas: Relatou desistência de arbitragem no processo de recuperação judicial e suspendeu a venda de bebidas destiladas.
- Carrefour: Suspendeu a venda online de bebidas destiladas por terceiros, mantendo apenas produtos próprios.
- Reag Investimentos: Desmentiu rumores sobre fechamento de capital e reafirmou listagem ativa no Novo Mercado da B3.
- Oi: Teve aprovado pelo TJ-RJ um comitê de transição com novos gestores em meio à recuperação judicial.