O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, encerrou o pregão desta quinta-feira (9) em queda de 0,31%, aos 141.708 pontos, pressionado pela volatilidade e preocupações com o cenário fiscal após a derrota do governo na Medida Provisória (MP) 1.303/2025, que altera a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Sem a MP do IOF, o governo perde instrumentos que equilibrariam as contas do próximo ano dentro das metas do novo arcabouço fiscal. De imediato, técnicos da equipe econômica calculam um impacto de ao menos R$ 46,5 bilhões no Orçamento até 2026, com um possível bloqueio dos gastos já em 2025.
Em entrevista à Rádio Piatã, da Bahia, o presidente Lula disse que deve reunir a equipe econômica na próxima semana para discutir sobre como fazer fintechs e grandes instituições financeiras “pagarem o imposto devido”.
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Em destaque no Ibovespa, as blue chips tiveram desempenho negativo, com Petrobras perdendo mais de 1%, acompanhando a baixa do petróleo; e a Vale em leve queda de 0,15%.
No setor financeiro, apenas Itaú fechou em queda, enquanto Santander registrou alta de 1,32%. Entre as maiores altas e baixas, WEG liderou o ranking com uma valorização de 4,79%, enquanto Brava Energia (-5,09%) teve o pior desempenho da sessão.
No cenário internacional, inicia nesta sexta-feira (10) o cessar-fogo como parte do acordo de paz entre Israel e Hamas, com a mediação dos Estados Unidos. A guerra na Faixa de Gaza dura dois anos e dois dias.
O presidente Donald Trump deve viajar ao Oriente médio neste final de semana para assinar o acordo de paz, a convite do Egito, e também deve estar presente no momento da libertação dos reféns, prevista para a próxima segunda (13) ou terça-feira (14).
Resta agora ao presidente americano conseguir um acordo de paz com os democratas no Congresso americano que seja capaz de colocar fim ao shutdown, que já completa dez dias.
Nesta quinta-feira, projetos dos democratas e republicanos foram apresentados no Senado, mas na votação foram rejeitados pela sétima vez.
No Brasil, em dia de agenda esvaziada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança um novo modelo de crédito imobiliário em São Paulo, que prevê corrigir o esgotamento da poupança como recursos. O Banco Central estuda permitir que, a cada real emprestado em crédito habitacional, os bancos possam usar o mesmo valor da poupança livremente por até cinco anos.
Atualmente, 65% dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) vão para crédito imobiliário, 20% são compulsórios e 15% de uso livre. A medida deve liberar cinco pontos percentuais do compulsório, injetando entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões no setor.
Enquanto isso no Congresso, um dia após a derrota na MP alternativa ao IOF, o governo compra briga com a oposição, mirando a tributação das casas de apostas on-line (bets) e de fintechs, pauta considerada de “apelo popular” pelo presidente Lula.
Agora o Planalto atua em duas frentes: prepara decretos para compensar parte da perda de arrecadação e um projeto de lei em regime de urgência que retoma os pontos centrais da MP do IOF, como a cobrança retroativa de apostas e o limite às compensações tributárias indevidas.
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Manchetes desta manhã
- Após queda da MP, governo planeja reeditar norma que limita compensação de tributos (Valor)
- Israel e Hamas já preparam cessar-fogo e libertação de reféns (O Globo)
- Congresso Nacional do Peru derruba a presidente Dina Boluarte, e chefe do Parlamento assume cargo (Folha)
- Delegado da PF pede para sair de investigação de venda de sentenças após entregar relatório do caso (Estadão)
- BC nega transferência de controle do BlueBank para Maurício Quadrado (Valor)
Mercado global acompanha decisões políticas na Ásia e na Europa
As Bolsas da Europa operam mistas, pressionadas por ações de defesa e mineração, em meio à análise do acordo de paz em Gaza e à incerteza política na França.
Na Ásia, os índices encerraram a semana em queda com investidores realizando lucros após uma semana de ganhos, enquanto o Japão continua na expectativa pela indicação da nova primeira-ministra.
Em Nova York, os índices futuros buscam um viés positivo, apesar do impasse do shutdown, que completa dez dias sem acordo no Congresso. Com poucos dados econômicos, investidores aguardam o início da temporada de balanços, liderada pelos grandes bancos.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro estável
• FTSE 100 -0,2%
• CAC 40 estável
• Nikkei 225 -1%
• Hang Seng -1,7%
• Shanghai SE Comp. -0,9%
• Bitcoin +0,2% a US$ 121394,38
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Commodities
- Petróleo: os preços estão em queda nesta manhã, refletindo o alívio com o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas. Segundo analistas, o acordo representa um passo importante para o fim da guerra, que aumentou os riscos de interrupção no fornecimento no mercado de petróleo.
O Brent/dezembro cai 0,43%, negociado a US$ 64,94 e o WTI/novembro recua 0,36%, a US$ 61,29 - Minério de ferro: fechou em alta de 1,02% em Dalian, na China, cotado a US$ 111,59/ton.
Em Singapura, os contratos futuros valorizam 1,24%, cotados a US$ 106,45/ton e o mercado à vista sobe 1%, cotado a US$ 106,35/ton.
Cenário internacional acompanha discursos do Fed
Nos EUA, a agenda econômica traz apenas a pesquisa preliminar do sentimento do consumidor de Michigan de outubro, logo mais às 11h.
O mercado também acompanha os discursos dos membros do Federal Reserve (Fed), como Austan Goolsbee, membro votante no FOMC, às 10h45 e, mais tarde, às 13h30, será a vez de Alberto Musalem, também votante.
No cenário comercial, a China ampliou os controles sobre a exportação de terras raras, ao incluir cinco novos elementos na lista e restringir o envio a empresas de defesa estrangeiras e fabricantes de semicondutores.
Do outro lado, o presidente Donald Trump propôs proibir companhias aéreas chinesas de sobrevoar a Rússia em voos para os EUA, argumentando que a rota mais curta dá vantagem competitiva sobre as empresas americanas.
Além disso, o governo dos EUA impôs sanções a uma refinaria chinesa e a embarcações envolvidas no comércio com o Irã.
Na agenda da próxima semana, destaque para a balança comercial da China na segunda-feira (13), a produção industrial da Zona do Euro e o Livro Bege nos Estados Unidos na quarta-feira (15).
Mercado de olho no cenário fiscal após queda da MP do IOF
No Brasil, o mercado acompanha com cautela os riscos relacionados ao cenário fiscal ao passo que o governo ensaia uma nova estratégia para manter o Orçamento, após derrota na MP do IOF.
A ministra Gleisi Hoffmann afirmou que o governo precisará recompor receitas para equilibrar o Orçamento, mas disse ainda não saber quais medidas serão apresentadas pela Fazenda. Segundo O Globo, a estratégia deve incluir a tributação de apostas esportivas e fintechs para compensar o impacto fiscal da MP do IOF.
Entre indicadores econômicos importantes, o IBGE divulga às 9h o índice de preços ao produtor de agosto, que serve como termômetro das pressões de custos sobre a indústria.
Na agenda política, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, participa do lançamento do novo modelo de crédito imobiliário em São Paulo, às 10h.
Na próxima semana, a agenda terá como destaques os dados do setor de serviços de agosto na terça-feira (14), vendas no varejo na quarta-feira (15) e o IBC-Br na quinta-feira (16).
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Destaques no mercado corporativo
- Eletrobras: concluiu venda de sua última térmica a gás no Amazonas à J&F por R$ 703,5 milhões, totalizando R$ 3,6 bilhões com earnout adicional de R$ 1,2 bilhão.
- JHSF: comprou a fatia majoritária da BYS International.
- Camil Alimentos: registrou lucro líquido de R$ 79 milhões no segundo trimestre fiscal de 2025, queda de 33% em relação ao período anterior.
- Motiva: registrou tráfego de 96,4 milhões de veículos em setembro.
- Cyrela: teve alta de 38% dos lançamentos no terceiro trimestre, mas as vendas ficaram estáveis.
- Petrobras: Magda Chambriard afirmou que a estatal atenderá 35% da demanda nacional de fertilizantes ao reativar a UFN III e outras unidades.
- Enel SP: a Justiça suspendeu renovação antecipada da concessão até decisão sobre apagões de 2023 e 2024.