A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no terceiro trimestre, renovando o menor nível da série histórica iniciada em 2012. Os dados são da Pnad Contínua Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (14).
O resultado, no entanto, marca uma desaceleração no ritmo de melhora regional: enquanto no segundo trimestre, 18 estados haviam registrado redução no desemprego, na leitura mais recente, a queda do desemprego foi registrada em apenas dois estados (Rio de Janeiro e Tocantins), enquanto a maioria permaneceu estável.
Taxa de desemprego por região
Os maiores percentuais de desocupação foram registrados em Pernambuco (10%), Amapá (8,7%) e Bahia (8,5%). Por outro lado, as menores taxas apareceram em Santa Catarina (2,3%), Mato Grosso (2,3%) e Rondônia (2,6%).
Segundo William Kratochwill, analista do IBGE, o terceiro trimestre ainda é um período de ajuste para o mercado de trabalho.
“A taxa de desocupação diminuiu devido a um aumento marginal, não significativo, da ocupação e esse aumento promoveu a diminuição do tempo de procura”, afirmou.
Renda média aumenta no 3º trimestre
A renda média real dos trabalhadores alcançou R$ 3.507 no terceiro trimestre, ligeiramente acima do trimestre anterior (R$ 3.497) e superior ao mesmo período de 2024 (R$ 3.373).
As regiões Sul (R$ 4.036) e Centro-Oeste (R$ 4.046) registraram aumentos significativos, enquanto as demais regiões ficaram estáveis.
Tempo de procura por emprego diminui em todas as faixas
O tempo de busca por trabalho recuou em todas as quatro faixas avaliadas pela pesquisa, na comparação com o mesmo trimestre de 2024:
- Entre um mês e menos de um ano: somaram 3,1 milhões — menor contingente para um terceiro trimestre
- De um a dois anos: caiu para 666 mil
- No curto prazo (menos de um mês): atingiu 1,1 milhão, menor nível desde 2015
- No longo prazo (dois anos ou mais buscando trabalho): ficou em 1,2 milhão
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Desemprego é maior entre mulheres, negros e trabalhadores com baixa escolaridade
No total da população em idade de trabalhar, a taxa de desocupação foi de 5,6%. Entre os homens, o índice ficou em 4,5%, e entre as mulheres, em 6,9%.
A taxa de desemprego por cor ou raça é a seguinte:
- Brancos: 4,4%
- Pretos: 6,9%
- Pardos: 6,3%
O nível de instrução escolar também influenciou os resultados: a taxa de desocupação entre pessoas com ensino médio incompleto foi de 9,8%, a maior entre os níveis analisados.
Entre os trabalhadores com superior completo, o desemprego foi de 3%, quase metade do índice registrado para quem tem superior incompleto (5,8%).
O levantamento reforça diferenças persistentes no mercado de trabalho — mulheres, pretos e pardos seguem com taxas de desemprego acima da média, enquanto trabalhadores com menor escolaridade enfrentam maiores dificuldades de inserção.
Informalidade é maior no Maranhão
A taxa de informalidade chegou a 37,8% da população ocupada. Entre as regiões analisadas, Maranhão se destaca com 57%, a maior taxa da pesquisa. Logo depois aparecem Pará, com 56,5% e Piauí, com 52,7%.
Já as menores taxas de informalidade foram registradas em Santa Catarina (24,9%), no Distrito Federal (26,9%) e em São Paulo (29,3%).
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Para o analista do IBGE, os resultados mostram estabilidade em relação ao trimestre anterior. Ele destacou dois movimentos:
- redução de 130 mil trabalhadores sem carteira nos serviços domésticos
- aumento de 111 mil trabalhadores sem carteira no setor público
Kratochwill destaca outro ponto importante: “a relação da informalidade com a baixa escolaridade e baixo rendimento médio da região, o que é marcante nesses estados de maior informalidade”.
Importante salientar que a taxa considera trabalhadores sem carteira no setor privado e doméstico, empregadores e conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.









