Por Alexandre Pegoraro
A importância do compliance nas organizações é cada vez mais evidente, especialmente quando observamos os impactos devastadores de casos de fraudes e escândalos financeiros, como os envolvendo a Americanas e o Banco Master.
Esses episódios não apenas prejudicam as empresas diretamente afetadas, mas também criam uma onda de desconfiança entre investidores e consumidores, além de enfraquecer a integridade do mercado como um todo.
Em um cenário onde a transparência e a ética são fundamentais para a credibilidade das instituições, é essencial compreender como um programa de compliance robusto pode atuar como uma ferramenta preventiva.
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Compliance nos casos Americanas e Banco Master
Um dos principais aspectos do compliance é a formulação de políticas e procedimentos claros. No caso da Americanas, práticas contábeis que não seguiam diretrizes estabelecidas levaram a uma série de comportamentos questionáveis.
Um programa de compliance eficaz deve incluir orientações detalhadas sobre todas as operações, garantindo que todos os colaboradores conheçam as regras e as sigam. Isso cria uma rede de segurança que pode impedir que práticas inadequadas se estabeleçam.
Além disso, a educação e o treinamento contínuos são cruciais. Um funcionário que entende as normas de compliance e a importância da ética nas operações está mais propenso a reportar comportamentos suspeitos.
No caso do Banco Master, a falta de conscientização e treinamento da equipe para identificar fraudes pode ter sido um fator que contribuiu para a perpetuação dos escândalos. Treinamentos regulares ajudam a criar uma cultura de responsabilidade e alerta, onde os colaboradores se sentem empoderados a agir ao perceber irregularidades.
Outro elemento fundamental é a implementação de monitoramento e auditorias internas. A realização de auditorias regulares pode detectar comportamentos anômalos e fraudes em estágios iniciais, antes que se tornem problemas maiores.
Avaliações de risco periódicas também permitem que as empresas identifiquem áreas vulneráveis dentro da organização. Conhecer as fragilidades ajuda a implementar medidas preventivas específicas, reduzindo a probabilidade de fraudes se estabelecerem. Uma avaliação de risco bem feita é um reflexo do compromisso da organização com a integridade e a responsabilidade.
Um sistema de monitoramento eficaz pode identificar discrepâncias nas operações financeiras, ajudando a prevenir fraudes antes que atinjam proporções alarmantes. Histórias como a do Banco Master mostram como a falta de supervisão pode permitir que irregularidades se perpetuem, causando danos profundos à instituição e a seus clientes.
Cultura organizacional
Fomentar uma cultura organizacional que valorize a ética e a transparência é uma estratégia central para qualquer programa de compliance. Quando os valores éticos são incorporados no dia a dia da empresa, as chances de práticas inadequadas diminuem significativamente.
Isso requer o envolvimento da alta administração e um compromisso de longo prazo com princípios de integridade. Se a liderança demonstra, por ações e exemplos, que o compliance é uma prioridade, é mais provável que todos na organização compartilhem dessa visão.
A criação de um canal de denúncia acessível e seguro é igualmente importante. Um ambiente em que os colaboradores sintam-se seguros para relatar atividades suspeitas, sem medo de retaliações, é essencial para a eficácia de um programa de compliance. Isso não apenas incentiva a comunicação aberta, mas também assegura que as preocupações sejam tratadas de maneira adequada e oportuna. Um canal de denúncias bem estruturado pode ser um poderoso aliado na identificação de fraudes em potencial.
Consequências claras e rigorosas para violações de políticas de compliance também são essenciais. A capacidade de punir adequadamente aqueles que infringem as regras serve como um forte dissuasor contra comportamentos fraudulentos. Casos como o da Americanas mostram que a falta de penalizações claras pode levar à normalização de práticas inadequadas, criando um ambiente propício para fraudes.
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Em suma, os casos envolvendo a Americanas e o Banco Master servem como um alerta sobre a necessidade de um compliance sólido nas organizações.
Por meio da implementação de políticas claras, treinamentos adequados, auditorias regulares, canais de denúncia eficazes e uma cultura ética sólida, é possível mitigar significativamente os riscos de fraudes e irregularidades.
Um compromisso genuíno com o compliance não apenas protege os ativos da empresa, mas também reforça a confiança entre investidores, consumidores e o mercado em geral. Ao adotar essa abordagem proativa, as organizações podem criar um ambiente mais transparente, responsável e sustentável para todos os envolvidos.
*Alexandre Pegoraro é CEO do Kronoos, plataforma especializada em automação de diligência e análise de riscos.









