A agência de classificação de risco Moody’s afirmou o rating corporativo Ba1 da Ultrapar e das notas sêniores emitidas pela Ultrapar International, garantidas por sua subsidiária Ipiranga e pela própria companhia. A perspectiva permanece estável.
A afirmação do rating reconhece a redução do endividamento e da alavancagem após a conclusão do programa de desinvestimentos da empresa. Ele também incorpora a expectativa da Moody’s de que as margens operacionais da companhia se recuperarão gradualmente, tendendo para 2,4% – 3,0% nos próximos 3 anos, atingindo 2,2% no final de 2022, após um declínio consistente de 3,7% em 2017 para 1,3% em 2021.
“A Moody’s acredita que um ambiente de preço de combustível menos volátil no Brasil e as ações tomadas pela nova equipe de gestão desde o final de 2021 permitirão que o braço de distribuição de combustíveis Ipiranga melhore seu nível de lucratividade. Além disso, as crescentes contribuições da Ultragaz e da Ultracargo favorecerão a melhoria das margens”, comentou a agência, no relatório.
Os ratings Ba1 da Ultrapar refletem o fluxo de caixa estável da empresa e as posições de liderança em diferentes segmentos no Brasil: distribuição de combustíveis e gás liquefeito de petróleo e armazenamento de granéis líquidos. A agência também considera a liquidez da companhia adequada, citando que, em março, a Ultrapar tinha R$ 4,6 bilhões (US$ 910 milhões) em caixa e equivalentes de caixa, em comparação com R$ 1,8 bilhão em vencimentos de dívida de curto prazo (incluindo rrendamentos operacionais).
Os ratings da Ultrapar são limitados por sua concentração de receita no segmento principal de distribuição de combustíveis. A empresa também tem um histórico de crescimento via M&A que pode pressionar métricas de crédito periodicamente e incluir risco de execução. Uma execução desigual levou a uma redução gradual das margens desde 2018 e a uma elevada alavancagem bruta sustentada no mesmo período. Mas, seguindo seu programa de desinvestimento, a Moody’s espera que a empresa mantenha uma alavancagem bruta abaixo de 4,0x. Assim como outras distribuidoras de combustíveis no Brasil, a Ultrapar depende de alguns fornecedores importantes de matérias-primas como a Petrobras, que é responsável pela maior parte de seu abastecimento de combustível.
A perspectiva estável da Ultrapar incorpora a expectativa da Moody’s de que a liquidez permanecerá adequada e a alavancagem será reduzida nos próximos 12 a 18 meses. Também incorpora uma melhoria gradual nas margens operacionais e que qualquer aquisição de ativos ou distribuição de acionistas será gerenciada com prudência para não deteriorar a liquidez da empresa e a tendência de queda das métricas de alavancagem.
Cynara Escobar / Agência CMA
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