A última semana foi marcada por uma intensa volatilidade nos mercados financeiros, mas o foco principal esteve em torno da possibilidade de corte nas taxas de juros nos Estados Unidos.
Após o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA vir abaixo do esperado e o índice de preços ao produtor (PPI) registrar uma deflação (queda nos preços), o mercado voltou a acreditar que será feito um corte de juros ainda neste ano.
Na quinta-feira, após o PPI, o percentual de analistas que acreditam em corte de juros em setembro foi para 67,7%, segundo o monitoramento do CME Group.
Em relação à reunião do Federal Reserve (Fed), os juros foram mantidos — sem nenhuma pista sobre a política monetária.
Impacto dos juros
A queda nas expectativas de juros nos EUA influenciou os títulos do Tesouro americano, que caíram 4,78% na semana. Isso gerou um movimento de otimismo nos mercados, com especulações sobre possíveis cortes nas taxas de juros globais.
Historicamente, o Brasil é impactado por essas tendências, o que pode influenciar futuras decisões sobre a taxa Selic.
Internamente, o mercado de DI (Depósitos Interfinanceiros) passou por estresse devido a incertezas fiscais, mas houve uma leve recuperação ao final da semana. As taxas de juros futuros caíram, refletindo uma expectativa de estabilidade na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Reação dos principais índices
Os principais índices reagiram de maneira mista:
- O Ibovespa registrou uma queda de 0,91%;
- S&P 500 subiu 1,58%, demonstrando resiliência;
- O IFIX, índice de fundos imobiliários, teve uma queda de 1,38%;
- O dólar avançou 0,49%, refletindo a incerteza no mercado.
Agenda econômica
A semana será mais tranquila em termos de dados econômicos, mas com eventos importantes a serem observados:
- Terça-feira: índice de Preços ao Consumidor (CPI) da Zona do Euro e dados de vendas no varejo dos EUA;
- Quarta-feira: decisão sobre a taxa básica de juros (Selic);
- Quinta-feira: decisão sobre as taxas de juros pelo Banco da Inglaterra e pedidos de seguro-desemprego nos EUA;
- Sexta-feira: relatório de Política Monetária do Fed ao Congresso americano;
Esses eventos ajudarão a moldar as expectativas do mercado para as próximas semanas.
Cenário político
No Brasil, as discussões fiscais continuam a influenciar o mercado. Declarações recentes do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o apoio aos bancos reforçaram a busca por estabilidade.
Taxa básica de juros (Selic)
No Brasil, os grandes bancos privados esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa Selic em 10,50% ao ano na quarta-feira (19). Entretanto, o comunicado pós-reunião será importante para entender os próximos passos da política monetária.
Na série “Perspectivas da Semana” o sócio da Wise Investimentos Sérgio Ricciardi aprofunda as tendências e eventos que pautarão o mercado financeiro. Toda segunda-feira, no canal do YouTube do Monitor do Mercado.









