A Síndrome de Burnout, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional, pode sim dar direito ao auxílio-doença. Essa possibilidade está diretamente ligada à incapacidade temporária ou permanente para o trabalho causada pelo esgotamento profissional.
Os sinais de Burnout podem ser sutis no início, mas tornam-se cada vez mais evidentes com o tempo. Afectam diversas áreas da vida do trabalhador, desde seu desempenho profissional até suas relações pessoais e saúde física e mental.
Sinais de Burnout no trabalho
Quando falamos de Burnout, é importante entender e reconhecer os sinais que apontam para essa condição. A seguir estão os principais sintomas que podem indicar a presença do Burnout:
- Esgotamento constante: Sentimento de cansaço extremo e falta de energia mesmo após descansar.
- Desmotivação: Perda de interesse em atividades que antes eram gratificantes.
- Irritabilidade: Tornar-se facilmente irritado com colegas, clientes ou familiares.
- Dificuldades de concentração: Problemas para se concentrar em tarefas simples.
- Sintomas físicos: Dores de cabeça, musculares ou gastrointestinais frequentes.
- Insônia: Dificuldade para dormir, mesmo estando exausto.
- Queda na produtividade: Menor rendimento no trabalho.
- Sentimento de incapacidade: Sensação de não estar realizando o trabalho de forma satisfatória.
- Isolamento social: Evitar interações sociais.
- Ceticismo: Visão negativa sobre o trabalho e a vida.
Como a ajuda médica e psicológica pode ajudar no Burnout?
Para lidar com o Burnout, é essencial buscar ajuda médica e psicológica. Profissionais especializados, como psiquiatras e psicólogos, são fundamentais para diagnosticar e orientar o tratamento. Mas como funciona esse processo?
O tratamento geralmente envolve psicoterapia e, às vezes, medicamentos. Além disso, mudanças no estilo de vida, como atividade física regular e atividades de lazer, são fundamentais para a recuperação. Importante também estar atento aos sinais de piora e buscar ajuda médica quando necessário.
Burnout e seus direitos no INSS
Sabia que o Burnout pode levar à necessidade de benefícios como o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez pelo INSS? Pois é, reconhecer essa síndrome como uma condição incapacitante foi um passo importante para garantir os direitos dos trabalhadores afetados.
Para obter esses benefícios, é necessário seguir procedimentos específicos e fornecer a documentação adequada. Confira os detalhes sobre como proceder:
- Acesse o site “Meu INSS” ou baixe o aplicativo no seu celular.
- Faça login com seu CPF e senha ou crie uma conta.
- No menu, selecione “Agendamentos/Solicitações”.
- Escolha “Novo requerimento” e depois “Auxílio-doença” ou auxílio por incapacidade temporária (ATESTMED).
- Preencha os dados solicitados e anexe documentos médicos que comprovem o diagnóstico de Burnout.
- Agende uma perícia médica ou opte pelo serviço do ATESTMED para análise documental.
- Compareça à perícia na data agendada (caso opte pela forma convencional) e aguarde a análise do INSS.
O que fazer se o benefício for negado?
Se o benefício por Burnout for negado pelo INSS, você não está sem opções. Primeiro, consulte o motivo da negativa no site “Meu INSS” ou pessoalmente em uma agência do INSS. Se necessário, peça uma cópia do processo.
Reúna documentos adicionais, como laudos médicos ou relatórios, para fortalecer seu caso. Depois, entre com um recurso administrativo, seguindo as orientações fornecidas pelo INSS. Se o recurso for negado, é possível buscar auxílio jurídico para recorrer judicialmente da decisão.
Burnout na lista de doenças relacionadas ao trabalho
Desde janeiro de 2022, o Burnout foi incluído na CID-11, a Classificação Internacional de Doenças pela OMS, como uma síndrome ocupacional crônica associada ao trabalho. Isso significa que é internacionalmente reconhecido como uma condição de saúde resultante do estresse crônico no ambiente de trabalho.
Essa inclusão destaca a importância de reconhecer, prevenir e tratar o Burnout como um problema sério que afeta a saúde física e mental dos trabalhadores.
Outros direitos decorrentes do diagnóstico de Burnout
- Estabilidade no emprego por 12 meses após alta do INSS.
- Manutenção do plano de saúde durante a recuperação.
- Recolhimento do FGTS se deferido o auxílio-doença acidentário.
- Indenizações por danos materiais, morais ou pensões, dependendo das circunstâncias.
Todos esses direitos são fundamentais para garantir uma recuperação adequada e justa após o diagnóstico de Burnout. Caso não sejam respeitados, o trabalhador pode buscar soluções na Justiça do Trabalho.
Portanto, ao identificar sintomas de Burnout, não hesite em buscar ajuda. Conheça seus direitos e utilize as ferramentas disponíveis para garantir seu bem-estar e qualidade de vida.









