O ex-prefeito da cidade de São Paulo e cotado para assumir o Ministério da Fazenda, Fernando Haddad (PT), participa, nesta tarde, de uma reunião com banqueiros na sede da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Ele foi representando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Participam do almoço o Diretor do Banco Central, Roberto Campos Neto, e outras figuras icônicas do meio, como os presidentes do Banco Bradesco, Octavio de Lazari Junior; do Itaú, Milton Maluhy; do Santander, Mario Leão; da Caixa, Daniella Marques; do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro; o chairman do BTG, André Esteves; e o fundador da XP, Guilherme Benchimol.
Em seu discurso pós-almoço, Haddad esquivou-se de falar sobre contas públicas e questões ficais, em compensação deu alguns indícios dos planos do próximo governo, dizendo que Lula priorizará a reforma tributária no ano que vem.
Ao ser questionado por repórter da CNN se foi convidado para ser o próximo ministro, Haddad desviou dizendo que não se deve constranger o presidente e que se deve deixar Lula fazer sua escalação.
Nos últimos dias o nome de Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central, ventilou ao lado de Haddad para tomar a frente do Ministério da Fazendo, o que animou o mercado. Na contramão, a fala do petista no encontro de hoje não serviu para aliviar as tensões.
“É consenso entre os economistas de que a qualidade das despesas públicas no Brasil piorou muito. Temos um orçamento com dificuldade de atingir qualquer objetivo programado”, afirmou.
“Temos a desorganização de muitos programas estruturados, que vêm perdendo funcionalidade. O orçamento público precisa ser reconfigurado, com mais transparência, sem tirar protagonismo do Congresso”, completou.
Haddad também prometeu que Lula permanecerá em constante diálogo com o Congresso, Judiciário e Sociedade, para que se possa iniciar um “processo de prosperidade”: “Sobretudo pensando nos que hoje mais sofrem, que é a população de baixa renda”, disse.
A queda do Ibovespa ficou mais forte, com baixa de 1,49% (110.168,45 pontos), e o Dólar escalando para R$ 5,3840 (+1,39%) e juros passaram a subir.
Imagem: Agência Brasil