O dólar moderou sua alta na última hora de negócios, encerrando essa quarta-feira (13) em alta de 0,31%, a R$ 5,79. A moeda americana chegou a ultrapassar R$ 5,81, mas recuou após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre cortes de gastos no governo.
Durante o dia, Haddad afirmou que o corte nas despesas será “expressivo” e deverá seguir diretrizes semelhantes ao novo arcabouço fiscal, que estabelece um limite de 2,5% para o crescimento real das despesas, aliviando a pressão do dólar sobre o real.
Segundo fontes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode alinhar o reajuste do salário mínimo com as regras do arcabouço, visando limitar o aumento de gastos.
Para o mercado, esse pacote fiscal representa um fator importante para as projeções econômicas, uma vez que pode aliviar pressões inflacionárias e reduzir o risco fiscal. Haddad ainda indicou que aguarda a autorização do presidente para anunciar o pacote oficialmente.
Desvalorização do real frente a pares latino-americanos
Enquanto o real perdeu valor nesta sessão, outras moedas latino-americanas, como o peso mexicano e o chileno, registraram ganhos. A expectativa pelo pacote de cortes e o possível adiamento do anúncio até o final do encontro do G20, em 19 de novembro, geraram ansiedade no mercado.
Especialistas destacam que o cenário de incerteza política afeta a confiança de investidores internacionais e impulsiona a busca por proteção cambial.
Atuação do Banco Central e leilões de linha
Para atender à demanda por dólares no final do ano, o Banco Central brasileiro realizou dois leilões de linha, totalizando US$ 4 bilhões, a serem recomprados em 2025. Esses leilões têm o objetivo de mitigar a pressão cambial típica do período, quando há maiores remessas de lucros e dividendos ao exterior.
Em entrevista ao Broadcast, Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, explicou que é comum bancos estrangeiros reduzirem linhas de financiamento ao comércio exterior no final do ano. Nesse contexto, a intervenção do Banco Central visa suprir essa lacuna temporária, garantindo liquidez ao mercado.
No acumulado de novembro, o fluxo cambial registra saldo positivo de US$ 568 milhões, impulsionado pela entrada líquida de US$ 938 milhões no canal financeiro, enquanto o canal comercial teve saída líquida de US$ 370 milhões. Para o ano, o fluxo cambial segue positivo, somando US$ 10,425 bilhões.