O Carrefour Brasil (CRFB3) anunciou a assinatura de acordos para a venda de oito lojas de supermercados da bandeira Nacional localizadas em Curitiba (PR). A iniciativa faz parte da estratégia do Grupo de focar em operações de grandes formatos, como hipermercados.
O plano de desinvestimento em supermercados das bandeiras Nacional e BomPreço, abrange 64 lojas — 47 da bandeira Nacional, no Sul do Brasil, e 17 da BomPreço, no Nordeste — que juntas geraram R$ 1,5 bilhão em vendas brutas nos últimos 12 meses encerrados em setembro de 2024.
O montante representa 1,3% das vendas totais do Grupo e 6% do segmento Varejo, mas com impacto negativo de R$ 42 milhões no Ebitda (após IFRS). Em nota, na tarde desta terça-feira (3), o Grupo Muffato, sexto maior do segmento, confirmou a compra de quatro das oito lojas, em Curitiba.
Carrefour começa a desinvestir
O Carrefour espera levantar cerca de R$ 400 milhões com a venda das 64 lojas. Até o momento, compromissos firmes já foram assinados para a alienação de 15 unidades (8 da Nacional e 7 da BomPreço), representando uma parcela relevante do total esperado.
As despesas de desmobilização incluem markdowns (descontos), custos de rescisão e indenizações, mas a companhia projeta que essas saídas sejam compensadas pelo fluxo de caixa da venda ao longo de 2025.
Após o desinvestimento, previsto para ser concluído no primeiro semestre de 2025, o Carrefour manterá 21 lojas de supermercados sob a bandeira Carrefour Bairro, focadas em regiões estratégicas.
Impacto financeiro das vendas
Das 64 unidades, 11 são de propriedade do Carrefour e 53 são alugadas, com despesas de aluguel somando R$ 65 milhões no último ano. A provisão para despesas de caixa e não caixa relacionadas ao desinvestimento será contabilizada no quarto trimestre de 2024, incluindo ajustes de valor (impairment) de ativos e marcas.
Conflitos do Carrefour
Na última semana, o presidente global do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que as lojas da França suspenderiam a venda de carnes produzidas na América do Sul. A medida causou um desabastecimentos nas lojas da rede, pois os frigoríficos brasileiros (JBS, Marfrig, Minerva e BRF) pararam de enviar mercadorias.
O conflito do Carrefour contra a carne de origem brasileira e os impactos nas ações dos frigoríficos nacionais foram tema do último episódio do podcast Ligando os Pontos, com Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado.