O dólar fechou em queda de 0,61%, cotado a R$ 5,2070. A moeda refletiu o aumento de 0,75 ponto percentual (pp) nas taxas básicas de juros europeias e a postura mais dura do Banco Central (BC) no combate à inflação.
Segundo o sócio da Ethimos Investimentos, Lucas Brigato, “para o mercado, o aumento dos juros na Europa foi positivo, por mais que tenha sido tardio. Eles [os europeus] ainda vão ter que ruminar este cenário inflacionário por um bom tempo”.
Brigato também entende que tanto Europa quanto Estados Unidos têm dificuldades para controlar a inflação, diferente do Brasil que já tem expertise no tema. O executivo acredita que este cenário é positivo para o Brasil, e deve valorizar o real.
Para o economista-chefe da Infinty Asset, Jason Vieira, “o real está mais descolado do exterior, dado o cenário externo ruim”. O economista destaca que a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, foi obrigada “a se render à realidade e assumir os erros” e ainda aventou a possibilidade que o Brasil esteja na “vanguarda”, já que está na fase final do ciclo de aperto monetário.
Nesta manhã, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell disse que “o histórico previne contra o alívio prematuro da política monetária”, fala classificada como hawkish (dura, propensa ao aumento dos juros) por Vieira.
De acordo com o boletim da Ajax Capital, “lá fora, dólar se enfraquece, com queda das taxas de retorno anual dos Treasury Bonds. Beige book e recuo das cotações do petróleo foram os principais fatores. Por aqui, afastados os piores cenários relacionados com o 7 de setembro e sem alterações na corrida presidencial, ativos domésticos podem se recuperar”.
“O Beige Book reportou moderação na taxa de crescimento dos níveis de preços. Entretanto, os preços dos alimentos, aluguéis, serviços de hotelaria e recreação continuaram com elevadas variações”, apontou a Ajax.
Paulo Holland / Agência CMA
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