O mercado das commodities operou em terreno misto nesta terça-feira (11) reagindo ao relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que trouxe poucas alterações nas projeções, afetando levemente somente os estoques globais de milho e soja.
No entanto, segundo a análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, a principal movimentação no mercado veio da possível trégua na guerra entre Rússia e Ucrânia, que pode ter reflexos diretos no preço do petróleo e, indiretamente, nas commodities agrícolas. Veja a análise na íntegra:
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Impacto do cessar-fogo na Ucrânia
A Ucrânia aceitou uma proposta de cessar-fogo provisório de 30 dias, mas ainda aguarda a resposta da Rússia. Caso o acordo seja confirmado, a expectativa é de uma queda expressiva nos preços do petróleo, o que pode pressionar também os preços de milho e soja.
A relação entre petróleo e grãos ocorre porque o milho é um dos principais insumos para a produção de etanol nos EUA. Quando o petróleo cai, a demanda por etanol pode diminuir, reduzindo a necessidade de milho. Além disso, um mercado energético mais barato impacta os custos logísticos da produção agrícola.
Milho despenca após projeções estáveis do USDA
O relatório do USDA não trouxe mudanças nas estimativas de produção de milho e soja nos Estados Unidos e na América do Sul.
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O estoque mundial de milho foi reduzido de 290 milhões para 288 milhões de toneladas, enquanto o de soja caiu de 124,3 milhões para 124,1 milhões. Apesar dessas pequenas reduções, os dados não foram suficientes para sustentar os preços.
Os contratos de milho negociados na Bolsa brasileira sofreram uma forte queda de 3,3%, aos R$ 71,90, refletindo tanto a reação ao relatório do USDA quanto as incertezas sobre a trégua na guerra.
Exportações de commodities brasileiras seguem firmes
Mesmo com a pressão sobre os preços, o Brasil mantém um ritmo forte de exportações. Nos três primeiros dias úteis de março, o país exportou mais milho do que em todo o mesmo mês de 2024. A soja também segue com bons volumes embarcados.
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Puxado pelo desempenho positivo, os contratos de café arábica voltaram a valorizar em Chicago, ensaiando uma retomada para além dos US$ 400. Os contratos para maio fecharam em alta de 2,47%, aos US$ 393,36.
O boi gordo, por sua vez, enfrenta um momento de baixa, influenciado pela safra de março e abril e pelo consumo interno enfraquecido. No entanto, os embarques de carne bovina seguem em crescimento, o que pode trazer suporte aos preços no médio prazo.









