As tarifas anunciadas pelos Estados Unidos nesta quarta-feira (2) devem trazer impactos econômicos significativos para a economia mundial em 2025, como a queda nas expectativas do Produto Interno Bruto (PIB) global, de 3,5% para 2,5%, segundo projeções a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli.
Ao Monitor do Mercado, Cristiane explicou que o movimento pode ser explicado pelas reações dos países envolvidos, além de negociações comerciais futuras, visto que a tarifa média de importação dos EUA subiu de 5% para 25%.
Entre as projeções econômicas para os Estados Unidos neste ano, a economista ressaltou que o PIB norte-americano pode recuar, saindo de 2% para 0%.
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Os reflexos também devem impactar a inflação norte-americana. Segundo Quartaroli, o principal indicador de inflação monitorado pelo Federal Reserve na hora de ajustar os juros, o PCE deve subir 1%. As projeções do núcleo do PCE subiram de 2,5% para 3,6%.
Efeito das tarifas no Brasil
A economista acredita que a expectativa de crescimento da economia brasileira foi reduzida em 0,5 ponto percentual, devido aos reflexos da economia global, em reação ao tarifaço anunciado por Trump.
O impacto na inflação, no entanto, ainda é incerto. Cristiane afirma que as tarifas podem gerar um efeito levemente positivo para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com uma redução de 0,15 ponto percentual, mas é cedo para traçar quais serão os efeitos.
“Ainda é muito cedo e incerto para dizer se de fato haverá um impacto claro [na inflação], porque vai depender do impacto no câmbio e nos preços globais”, disse a economista-chefe do Ouribank.
Um dos setores que seguirá pressionado é o do aço, visto que as tarifas sobre a commodity seguirão em vigor. Com o aumento anunciado anteriormente, a alíquota subiu de 25% para 34%, resultando em uma tarifa final de 54%.
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Nesta quinta-feira, o dólar abriu em queda no Brasil e no exterior, refletindo um enfraquecimento da moeda norte-americana perante aos seus principais pares. A aversão ao risco no curto prazo também ditou o ritmo das bolsas internacionais, que operam em forte queda.
Impactos nos mercados globais e no câmbio
Nas últimas semanas, a política comercial e econômica do governo Trump já vinha impactando negativamente os mercados, com inúmeras preocupações sobre quais rumos o presidente norte-americano tomaria durante o anúncio.
Além disso, desde o início do ano o dólar se desvalorizou em relação ao real, meses depois da moeda atingir patamares recordes, próximo dos R$ 6,30. Na visão de Cristiane Quartaroli, o movimento foi impulsionado por um movimento especulativo, refletindo tanto as incertezas fiscais no Brasil quanto a expectativa em torno da política econômica dos EUA.
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A economista-chefe do Ouribank analisou o cenário macroeconômico e explicou este movimento no primeiro episódio do Monitor Entrevista, conduzido pelo CEO do Monitor do Mercado, Marcos de Vasconcellos, confira abaixo a conversa exclusiva:
