O dólar fechou esta sexta-feira (16) em leve queda de 0,16%, a R$ 5,67. A queda contrasta com o movimento de valorização registrado pela manhã e ao longo da semana, reflexo da preocupação dos investidores com a situação fiscal do Brasil.
A reversão no câmbio foi atribuída a ajustes técnicos, após a disparada recente do dólar em meio a preocupações com os gastos públicos. Investidores desmontaram posições defensivas no mercado futuro, o que também contribuiu para o recuo da moeda americana.
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Além disso, houve sinais de entrada de fluxo estrangeiro, o que aumentou a oferta de dólares no mercado e colaborou para a valorização do real.
Apesar da queda nesta sexta, o dólar acumulou alta de 0,26% na semana, com o risco fiscal voltando ao centro do debate. No mês, o real ainda registra valorização de 0,13%.
Petróleo em alta, minério em baixa
Os contratos futuros de petróleo subiram mais de 1%, após perdas acentuadas nas sessões anteriores. O movimento ajudou a aliviar parte da pressão sobre o câmbio, mesmo diante da queda do minério de ferro.
Segundo analistas, a trégua comercial entre Estados Unidos e China, com suspensão temporária de tarifas por 90 dias, também teve impacto positivo sobre os preços do petróleo e a percepção de risco no mercado global.
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Risco fiscal ganha força
O principal fator de atenção para os investidores continua sendo o risco fiscal. O boletim Prisma Fiscal de maio elevou a projeção de déficit primário em 2026 de R$ 78,2 bilhões para R$ 80,7 bilhões.
O mercado também aguarda o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, que será divulgado na próxima quinta-feira (23). A expectativa é de um bloqueio de R$ 10 bilhões no Orçamento, mas analistas apontam que esse valor pode ser insuficiente para alcançar a meta fiscal do governo.
Descolamento do exterior
Mesmo com o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes — em alta de 0,2% às 17h, o câmbio no Brasil se descolou do cenário externo e passou a refletir majoritariamente fatores internos.