O mercado de ações no Brasil alcançou recordes simultâneos nesta terça-feira (20). O Ibovespa, principal índice da B3, fechou pela primeira vez na história acima dos 140 mil pontos, encerrando o dia em 140.109,63 pontos.
Na mesma data, o IDIV, índice focado em ações com forte distribuição de dividendos, ultrapassou os 10 mil pontos (10.054,91).
Em meio às expectativas sobre novos cortes na taxa básica de juros, a Selic, que promoveram o rali do mercado nos últimos dias, os índices também acabaram puxando ações de diversos setores para máximas nominais, segundo levantamento da Elos Ayta.
Ações que atingiram máximas históricas puxadas pelos índices
Nos últimos dois pregões, 11 papéis do Ibovespa atingiram valores recordes. Já no IDIV, 12 ações também bateram suas máximas. No acumulado do mês, outras seis ações do Ibovespa e cinco do IDIV já haviam superado suas marcas históricas.
Confira quais ações se destacaram no mercado acionário entre 19 e 20 de maio:

Índices têm alta ampla, mas com foco setorial
Apesar da euforia, o movimento do mercado foi seletivo. O Ibovespa acumula valorização de 16,48% em 2025, o segundo melhor desempenho anual desde 2020, atrás apenas de 2023, quando atingiu máxima de 22,28%. Em 12 meses, o índice registra uma valorização mais modesta, de 9,67%.
Já o IDIV, acumula alta de 13,8% no ano e 12,78% nos últimos 12 meses, reflexo do interesse de investidores por empresas consideradas defensivas, ou seja, com lucros previsíveis e geração constante de caixa, especialmente em um cenário de juros em queda.
Setor imobiliário lidera rali das ações
Segundo dados apurados pela Elos Ayta, três das quatro ações com maior valorização são do setor de incorporações:
- Plano&Plano (PLPL3): valorizou 79,73% no ano
- Cyrela (CYRE3): avançou 64,71%
- Lavvi (LAVV3): registrou alta de 61,67%
A surpresa pode ser explicada pela sensibilidade do setor ao custo do crédito e uma tendência a reagir antes a mudanças nas condições monetárias, revelando uma possível reavaliação estrutural do setor imobiliário por parte dos investidores, em antecipação a possíveis cortes na taxa Selic, que deve ocorrer no segundo semestre.
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Ações dos grandes bancos acompanham pico do Ibovespa
As ações dos grandes bancos também estão entre as recordistas do mercado; tanto as ordinárias quanto as preferenciais, enfatizando a solidez do setor e um cenário de lucratividade consistente, apesar do ambiente de crescimento econômico moderado:
- Itaú Unibanco (ITUB3): avançou 46,70% no ano
- Itaú Unibanco (ITUB4): valorizou 44,02%
- Itaúsa (ITSA4): registrou ganhos de 38,4%
Setor de energia elétrica mantém protagonismo no IDIV
O setor elétrico, historicamente predileto por investidores de dividendos, também teve forte valorização histórica:
- Copel (CPLE3 e CPLE6): teve ganhos acima de 42%
- CPFL Energia (CPFE3): subiu 39,37%
- Taesa (TAEE11): também renovou sua máxima
Essas empresas são conhecidas por pagar dividendos consistentes, o que se reflete na forte performance do IDIV.
Outras ações em destaque
Ações de outros setores também se destacaram entre as maiores valorizações do Ibovespa e do IDIV, mostrando que há espaço para seletividade:
- Sabesp (SBSP3): valorizou 39,35% no ano, impulsionada pela expectativa de privatização
- Porto Seguro (PSSA3): cresceu 41,72%, refletindo a atratividade do setor de seguros
- Santos Brasil (STBP3): registrou alta de 5,97%, abaixo da média, mas ainda positiva no contexto atual
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Análise do mercado e projeções para o próximo semestre
Segundo análise da Elos Ayta, a valorização de ações de empresas voltadas ao mercado interno, como construtoras e companhias do setor de utilidade pública (utilities), indica uma percepção positiva do investidor em relação ao cenário macroeconômico brasileiro, com espaço para expandir esses ganhos.
Se confirmadas as expectativas de redução da taxa básica de juros (Selic), a manutenção da inflação sob controle e avanços na consolidação fiscal, que ainda é considerada uma variável de risco, o mercado deve surpreender com novos recordes no próximo semestre.