O dólar fechou esta segunda-feira (26) em alta de 0,51%, a R$ 5,67, em um dia marcado por baixa liquidez nos mercados. Com as bolsas dos Estados Unidos fechados por conta do feriado de Memorial Day, o volume de negociações foi reduzido.
A valorização do dólar refletiu a cautela dos investidores com as recentes mudanças no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O governo federal anunciou na semana passada alterações nas alíquotas do imposto sobre crédito, seguros e certas operações de câmbio, o que gerou incertezas no mercado.
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Embora parte das medidas tenha sido revertida — especialmente as que impactariam diretamente aplicações de brasileiros no exterior —, o receio com possíveis novos aumentos no imposto permanece.
Analistas interpretam a iniciativa como uma tentativa do governo de aumentar a arrecadação no curto prazo, postergando reformas fiscais estruturais. Há ainda expectativa de judicialização da decisão.
Com a alta de hoje, o dólar praticamente anulou as perdas acumuladas em maio, encerrando o mês com variação negativa de apenas 0,02%. No ano, a moeda americana ainda acumula queda de 8,16% frente ao real.
Câmara discute suspensão do decreto
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sinalizou que vai levar para discussão o projeto que propõe a suspensão do decreto presidencial que elevou o IOF. A medida poderá ser debatida ainda nesta semana com os líderes da Casa.
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Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica tem até o fim da semana para definir medidas compensatórias que cubram a perda de arrecadação provocada pela revogação parcial do IOF.
Real sente impacto das incertezas
Apesar da valorização acumulada do real em 2024 — a maior entre as moedas latino-americanas —, o clima de indefinição em Brasília pesou sobre o câmbio nesta sessão. Segundo analistas, a falta de clareza sobre as medidas fiscais e o vai-e-volta nas decisões sobre o IOF alimentam a aversão ao risco.
Em entrevista ao Estadão Broadcast, Diego Costa, head de câmbio da B&T XP, disse que “o mercado ainda tenta entender a lógica por trás do aumento relâmpago do IOF, anunciado e parcialmente desfeito em poucas horas”.
“Enquanto Brasília estiver em modo de indefinição, qualquer alívio tende a ser técnico e temporário”, completou.
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Balança comercial mantém superávit
No campo dos indicadores, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,297 bilhões na quarta semana de maio. No acumulado do mês, o superávit é de US$ 6,483 bilhões, e no ano, chega a US$ 24,212 bilhões.
