O CEO do BTG Pactual (BPAC11), Roberto Sallouti, acredita ser inevitável uma revisão das despesas do governo para garantir maior eficiência orçamentária. Segundo ele, adiar esse processo compromete o crescimento econômico e pressiona negativamente a produtividade do país.
Durante debate em painel na Febraban Tech 2025, nesta terça-feira (10), em São Paulo, Sallouti e outros presidentes de grandes bancos brasileiros defenderam uma reavaliação estrutural dos gastos públicos e se posicionaram contra o aumento da carga tributária no Brasil.
O executivo comparou o Estado a uma empresa, que precisa revisar processos e cortar excessos constantemente. Ele criticou o aumento de tributos proposto pelo governo, afirmando que isso eleva o chamado “custo Brasil” e prejudica a competitividade.
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IOF será um problema para as despesas do consumidor final
O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, também manifestou preocupação com a alta de impostos. Para ele, o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) proposto anteriormente pela equipe econômica encarece o crédito para o consumidor final.
Durante seu discurso, Noronha afirmou que o imposto não é pago pelos bancos, mas sim pelos clientes, o que inviabiliza o acesso ao crédito em um cenário já desafiador. Ele também defendeu que incentivos fiscais tenham um limite, como forma de garantir maior equilíbrio das contas públicas.
“Os bancos não estão trabalhando em benefício público, a gente está trabalhando para não onerar as empresas, pois no final das contas, tudo que você coloca no IOF, quem paga o imposto é o cliente, não são os bancos”, disse ele.
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Segundo o executivo, ele sempre defendeu o equilíbrio fiscal, mas pelo lado da despesa, e não pela receita. “Nossa postura sempre foi construtiva em relação ao Congresso Nacional para mostrar os efeitos das medidas”, disse Noronha.
Tributação desigual no setor financeiro
Noronha criticou ainda a assimetria na cobrança da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Ele afirmou que algumas financeiras e fintechs pagam alíquotas menores que os bancos tradicionais, criando distorções no setor.
Uma das medidas do governo prevê a extinção da alíquota de 9% aplicada a parte dessas empresas, o que gerou reação de entidades do setor de tecnologia financeira, que alegam risco ao modelo de negócio.