A inflação dos Estados Unidos avançou 0,3% em junho na comparação com maio, segundo o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira (15) pelo Departamento do Trabalho. Em 12 meses, o índice acumula alta de 2,7%.
O dado mensal veio em linha com as expectativas do mercado. No entanto, a taxa anual superou ligeiramente a projeção de 2,6%, o que gerou reações no mercado em relação à política de juros do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.
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Núcleo da inflação segue contido
O núcleo do CPI, que exclui os preços mais voláteis, como os de alimentos e energia, subiu 0,2% no mês, abaixo da previsão de 0,3%. Em 12 meses, o núcleo acumulou alta de 2,9%, em linha com o esperado.
Segundo análise da consultoria Capital Economics, a composição da inflação mostra aumentos concentrados em itens específicos, como equipamentos de áudio (+2,9%) e brinquedos (+1,8%), enquanto houve queda nos preços de veículos. O núcleo da inflação de serviços teve variação mensal de 0,3%.
Tarifa ainda não afeta preços, mas deve pesar adiante
De acordo com o banco canadense CIBC, os estoques existentes nos EUA ajudaram a conter, por enquanto, os efeitos da política tarifária do governo Trump. A expectativa, no entanto, é que, com o esgotamento desses estoques, os preços comecem a refletir os custos adicionais a partir do segundo semestre.
A Capital Economics também prevê que os impactos das tarifas ganhem força nos próximos meses, especialmente com a entrada em vigor de novas alíquotas em 1º de agosto.
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Mercado aumenta aposta em corte de juros
O resultado misto do CPI alterou a expectativa do mercado para os juros nos EUA. Segundo dados da ferramenta de monitoramento do CME Group, a probabilidade de corte da taxa básica em setembro subiu de 59,5% para 65,2% após a divulgação do indicador. A maioria dos analistas aposta em uma redução de 25 pontos-base.
Para o acumulado até dezembro, o mercado passou a considerar com mais força uma redução total de 50 pontos-base, cuja probabilidade subiu de 43,4% para 44,1%. A chance de cortes de 75 pontos-base também cresceu, alcançando 26,5%.