A possível demissão de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos), reacendeu o debate sobre a independência das autoridades monetárias ao redor do mundo.
Em análise nesta quarta-feira (23), Luciano Gioielli, analista internacional do Portal das Commodities, explicou os bastidores dessa tensão política, envolvendo diretamente o presidente Donald Trump.
- Estratégia clara, decisões certeiras. Evite armadilhas e proteja seus investimentos com um método testado. Baixe agora!
Em suas falas, Gioielli traçou um panorama completo sobre a missão do Fed de equilibrar o pleno emprego e a inflação, detalhando como a condução da taxa de juros por Powell se tornou alvo de críticas e tentativas de interferência por parte de Trump. Confira na íntegra:
Por que Donald Trump quer pressionar o Federal Reserve?
Segundo o internacionalista, a raiz do conflito está nos interesses divergentes entre a política monetária do Fed e os objetivos políticos de Trump. Enquanto Jerome Powell adota uma postura firme no combate à inflação, mesmo que isso implique juros altos, Trump defende cortes agressivos nas taxas para impulsionar a economia, sobretudo em contextos eleitorais.
Durante a pandemia, o Fed reduziu os juros a níveis mínimos históricos, favorecendo crédito barato e estímulo ao consumo. Com o passar do tempo, essa política contribuiu para um aumento expressivo da inflação.
Powell então passou a elevar os juros, o que incomodou Trump. O republicano chegou a cogitar reformas no Banco Central e até questionou publicamente a permanência dele no cargo.
- Crédito com as menores taxas do mercado. Simule um empréstimo com home equity agora.
Jerome Powell pode ser removido do cargo?
Luciano deixa claro que, apesar da retórica dura, a demissão de Jerome Powell não é algo simples ou imediato. O presidente do Fed tem mandato fixo e legalmente protegido, justamente para evitar pressões políticas. Ainda assim, Trump tem buscado meios de influenciar a composição do comitê do Fed, indicando nomes mais alinhados à sua visão.
Entre as possibilidades levantadas por Trump, está a reforma do funcionamento do Banco Central, enfraquecendo a autonomia da instituição. O objetivo seria facilitar decisões que beneficiem o crescimento econômico de curto prazo, mesmo à custa da estabilidade inflacionária. Essa tentativa, segundo Luciano, gera um alerta nos mercados financeiros e em instituições internacionais.
Segundo Gioielli, essas mudanças teriam de passar pelo Congresso e enfrentariam resistência significativa. No entanto, o debate já está em curso nos bastidores políticos dos EUA.
Uma eventual saída de Powell ou mudanças na estrutura do Fed teriam reflexos globais. Como o dólar é a principal moeda do comércio internacional, qualquer instabilidade na política monetária americana afeta o custo do crédito, os fluxos de capital e o desempenho das bolsas ao redor do mundo, aponta Gioielli.
- 🔥 Quem tem informação, lucra mais! Receba as melhores oportunidades de investimento direto no seu WhatsApp.
Instituições defendem independência do Fed
A independência do Federal Reserve é defendida por diversos organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e algumas alas do governo dos EUA.
Relatórios do FMI reforçam que a autonomia dos bancos centrais ajuda a conter a inflação, promover crescimento sustentável e garantir credibilidade junto aos investidores. Reformas que reduzam esse grau de independência podem gerar volatilidade nos mercados, fuga de capitais e aumento do risco-país, especialmente em economias interligadas como a dos EUA.