O Banco Central (BC) não pretende implementar regras formais para a inteligência artificial (IA) no sistema financeiro antes de 2026. A informação foi confirmada por Antonio Guimarães, chefe de Regulação do Sistema Financeiro do BC, durante o Finance of Tomorrow 2025, no Rio de Janeiro.
Segundo Guimarães, o BC está priorizando clareza jurídica e diálogo com o mercado, em paralelo ao debate sobre a lei de IA no Congresso Nacional. O executivo destacou que o principal objetivo é equilibrar inovação tecnológica com a estabilidade financeira.
Atualmente, o BC conduz uma pesquisa de mercado sobre o uso de IA, cujos resultados devem ser divulgados nos próximos meses. Em 2026, será feita uma análise de impacto regulatório para subsidiar futuras normas.
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O Brasil também estuda modelos internacionais, com destaque para a cooperação com a Financial Conduct Authority (FCA), do Reino Unido.
Stablecoins entram na pauta regulatória
Outro tema relevante da cúpula foi o anúncio de Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, de que as stablecoins estarão no centro do novo arcabouço regulatório para ativos digitais.
As regras devem ser estruturadas em três pilares:
- conduta, que estabelece boas práticas para emissores;
- governança, voltada à gestão das plataformas;
- segurança, com foco em cibersegurança e supervisão regulatória.
Segurança ganhar destaque após ataques ao Pix
A ênfase na segurança ganhou força após o ataque cibernético de R$ 710 milhões à Sinqia, ocorrido recentemente no Brasil. Esse foi o segundo grande incidente envolvendo o Pix em dois meses.
Com cerca de 6 bilhões de transações processadas por mês, a regulação de stablecoins e de ativos digitais poderá redefinir os padrões de segurança em toda a infraestrutura de pagamentos da América Latina.
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Expansão financeira e tecnológica no Rio
Durante o evento, o vice-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Cavaliere, anunciou planos para instalar a segunda bolsa de valores do Brasil na cidade. Ele também destacou investimentos em infraestrutura energética, com previsão de mais de 3 gigawatts de capacidade até 2032, como parte da estratégia para posicionar o Rio entre os principais centros globais de IA.