Em 2024, mais de 70% dos imóveis residenciais lançados na cidade de São Paulo possuem até 45 metros quadrados (m²) — os chamados “studios” —, segundo relatório do Goldman Sachs, que integra o estudo “Brazilian Homebuilder – Heatmap” publicado pela Folhapress.
Outro indicador confirma o movimento: de acordo com o Secovi-SP, quatro a cada cinco (80%) apartamentos comprados em 2024 tinham até 45 m², resultando em mais de 80 mil unidades adquiridas.
A procura se concentra em bairros como Vila Mariana, Bela Vista, Pinheiros, República e Consolação, com interesse vindo tanto de moradores que buscam mobilidade e localização quanto de investidores focados no potencial de locação em áreas estratégicas.
Para Jorge Cury, CEO da UMÃ Incorporadora, os imóveis compactos surgiram como uma solução consistente para atender novas formas de habitar, enquanto o modelo de construções genéricas, em larga escala e desconectado do usuário, “se esgotou”.
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O encolhimento do tamanho dos apartamentos, no entanto, não está ligado somente a uma mudança no perfil dos moradores, mas também a questões financeiras e econômicas, explica Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado.
Desde 2020, o custo para construir um imóvel disparou. Materiais como aço, cimento, PVC e alumínio, além da mão de obra, registraram juntos aumentos superiores a 40%.
Enquanto o valor da construção aumentou, o teto do Minha Casa Minha Vida — programa de subsídio e financiamento do governo — permaneceu quase estagnado. Como o preço final para o comprador tem limite, e o custo para a incorporadora aumentou, a única variável que sobrou para ser reduzida foi a metragem do apartamento.
Cury destaca que a rentabilidade real de um empreendimento exige mais do que um preço competitivo por metro quadrado. Localização, projeto e gestão são os pilares essenciais que sustentam a valorização do ativo (o imóvel) no longo prazo.