Os investimentos estrangeiros em ações brasileiras ficaram negativos em US$ 161 milhões em agosto, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Banco Central (BC). O resultado representa uma reversão em relação ao mesmo mês de 2024, quando houve entrada de US$ 592 milhões.
O movimento ocorre em um momento em que o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil dá sinais de enfraquecimento e reflete um cenário mais cauteloso dos investidores em relação ao mercado doméstico.
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Fundos e ações têm saídas, enquanto investimentos em renda fixa sobe
Além das ações, os fundos de investimento também registraram saída líquida no período, com resultado negativo de US$ 304 milhões em agosto — uma inversão em relação ao ingresso de US$ 217 milhões no mesmo mês do ano anterior.
O único segmento que apresentou entrada líquida foi o de títulos de renda fixa, com US$ 3,330 bilhões, acima dos US$ 2,032 bilhões registrados em agosto de 2024.
No acumulado do ano, os estrangeiros já retiraram US$ 1,625 bilhão do mercado acionário e US$ 1,144 bilhão de fundos de investimento. Em contrapartida, o saldo de investimentos em títulos domésticos permanece positivo em US$ 9,258 bilhões.
Queda no déficit nas transações correntes
O Brasil registrou déficit de US$ 4,669 bilhões nas transações correntes em agosto, informou nesta sexta-feira (26) o Banco Central (BC). O resultado representa uma melhora em relação ao saldo negativo de US$ 7,516 bilhões em julho e foi o menor déficit para o mês desde 2023, quando o rombo havia sido de US$ 585 milhões.
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O dado também ficou abaixo da mediana das projeções coletadas pelo Projeções Broadcast, que apontava déficit de US$ 5,350 bilhões.
No acumulado de 2025, a conta corrente soma déficit de US$ 46,810 bilhões. Em 12 meses, o saldo negativo passou de 3,66% do Produto Interno Bruto (PIB) em julho para 3,51% em agosto, a menor taxa desde janeiro.
O resultado foi influenciado por um superávit comercial de US$ 5,466 bilhões e déficits nas contas de serviços (-US$ 4,189 bilhões) e renda primária (-US$ 6,343 bilhões). A conta financeira também ficou negativa em US$ 7,957 bilhões.
De acordo com o Relatório de Política Monetária (RPM) de setembro, o BC projeta déficit de US$ 70 bilhões nas transações correntes em 2025, com expectativa de superávit comercial de US$ 54 bilhões no ano.
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Folga nas contas externas desaparece
Segundo relatório do Bradesco, a folga que existia nas contas externas, com o investimento estrangeiro compensando o déficit em conta corrente, não está mais presente.
“As contas externas seguem pressionadas e a folga observada nos últimos anos não está mais presente”, afirmou o Bradesco. O banco projeta que o déficit em transações correntes termine 2025 ao redor de 3,3% do PIB.