A produção de minério da Vale (VALE) chegou a 94,4 milhões de toneladas no terceiro trimestre de 2025, um crescimento anual de 3,8%. Na comparação com o trimestre anterior, o aumento foi de 12,9%, segundo relatório de produção e vendas da companhia.
A mineradora destacou que o volume é o maior desde 2018, impulsionado pelo recorde de produção da unidade S11D, localizada em Canaã dos Carajás (PA), e pelo avanço de projetos em desenvolvimento.
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“A realização de preços melhorou, refletindo a execução bem-sucedida da nossa estratégia de portfólio de produtos”, informou a empresa em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Produção de pelotas cai com ajuste de mercado
A produção de pelotas — produto feito a partir da aglomeração de finos de minério e usado em altos-fornos — totalizou 8 milhões de toneladas, uma queda de 22,8% em relação ao terceiro trimestre de 2024. Em relação ao trimestre anterior, houve leve alta de 1,9%.
Segundo a Vale, a redução anual reflete ajustes nos níveis de produção diante das condições atuais de mercado. Parte do pellet feed, insumo utilizado na pelotização, foi redirecionada para venda como finos de minério, o que, segundo a empresa, otimiza a geração de valor.
A mineradora também informou que a unidade de pelotização de São Luís (MA) segue em manutenção e não deve retomar operações em 2025.
Vendas e preços da Vale sobem com demanda firme
As vendas totais de minério de ferro somaram 86 milhões de toneladas no trimestre, alta de 5,1% na comparação anual e de 11,2% ante o segundo trimestre.
As vendas de finos atingiram 75 milhões de toneladas, aumento de 8,2% em um ano, enquanto as vendas de pelotas recuaram 13,5%, para 8,8 milhões de toneladas.
O preço médio realizado dos finos foi de US$ 94,4 por tonelada, avanço de 4,2% em relação a 2024 e de 10,9% ante o trimestre anterior. Já o preço das pelotas ficou em US$ 130,8 por tonelada, queda de 11,7% no ano e de 2,5% no trimestre.
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Estratégia de portfólio melhora prêmios
O prêmio all-in, que representa o adicional pago sobre o preço de referência por qualidade ou características específicas do produto, foi de US$ 2,1 por tonelada, crescimento de 23,5% na comparação anual.
A Vale explicou que a otimização do portfólio levou ao aumento dos prêmios de finos, que subiram US$ 1,8 por tonelada no trimestre, alcançando US$ 0,7 por tonelada.
O movimento foi sustentado pela maior contribuição de produtos com baixo teor de alumina, como BRBF, Mid-Grade Carajás e IOCJ — todos voltados à oferta de minério de alta qualidade, que tende a ter maior demanda em períodos de controle ambiental mais rígido na China.
Citi vê espaço para alta no Ebitda da Vale
O Citi avaliou que os resultados divulgados colocam a Vale “no caminho certo” para atingir o ponto médio das projeções anuais de produção (guidance). O banco manteve suas estimativas e afirmou que espera revisões positivas de cerca de 3% no Ebitda de consenso, além de uma reação levemente positiva das ações.
“A maior confiabilidade da Vale em relação às metas de produção em 2024 e 2025 é apreciada pelos investidores”, escreveram os analistas Alexander Hacking, Gabriel Barra e Stefan Weskott.
A produção de minério de ferro de 94 milhões de toneladas superou a estimativa do Citi, que previa 92 milhões. As vendas de 86 milhões de toneladas também ficaram acima da expectativa de 85 milhões.
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O Citi destacou ainda que a produção acumulada em 2025 soma 246 milhões de toneladas, 1% acima de 2024, equivalente a 75% do ponto médio da meta anual de 325 a 335 milhões de toneladas.
Os analistas lembraram que o minério de ferro é uma commodity sazonal, e que o quarto trimestre costuma ser o segundo melhor em produção e o mais forte em embarques.
O banco mantém recomendação de compra para os ADRs da Vale, com preço-alvo de US$ 12, o que implica potencial de alta de 6,5% em relação ao fechamento desta terça-feira (21).









