O Santander Brasil (SANB11) lidera o Ibovespa nesta manhã, com alta de 2,62%, aos R$ 30,13, após registrar lucro líquido gerencial de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre, o maior resultado desde 2022, exatos três anos e três meses, segundo o presidente do banco, Mario Leão.
A alta anunciada nesta quarta-feira (29) representa alta anual de 9,4% na comparação anual e supera as projeções do mercado. Já o patrimônio total do banco atingiu R$ 94,1 bilhões, crescimento de 6,1% em 12 meses.
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O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) também ficou além das expectativas, com um avanço de 17,5%, ante 17% no trimestre anterior.
Margem de clientes cresce, mas tesouraria segue pressionada
A margem financeira bruta ficou praticamente estável, em R$ 15,2 bilhões, impactada por resultado negativo de R$ 1,3 bilhão na mesa de mercado, devido à Selic elevada e ao maior número de dias úteis.
Por outro lado, a margem com clientes subiu 11,1% em 12 meses, para R$ 16,6 bilhões, impulsionada por spreads maiores e melhor controle de risco de crédito.
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O vice-presidente financeiro, Gustavo Alejo, explicou que o desempenho negativo na tesouraria já era esperado e ressaltou que as provisões para devedores duvidosos (PDD) caíram 4,9% no trimestre.
Ele também citou aumento da recuperação de crédito e leve piora na inadimplência entre empresas de menor porte, com crescimento nos pedidos de recuperação judicial.
No terceiro trimestre, a carteira de crédito chegou a R$ 688,8 bilhões, expansão de 3,8% em um ano e de 2% no trimestre.
Entre julho e setembro, o Brasil se manteve como a segunda maior operação global do Santander, com 1,771 bilhão de euros em lucro até setembro, atrás apenas da matriz espanhola, com 2,837 bilhões de euros. O México ocupa a terceira posição, seguido pelo Reino Unido.
Presidente do Santander não vê crise de crédito no país
Após a divulgação dos resultados, Leão afirmou não enxergar uma crise de crédito no país, mesmo com a Selic a 15%, maior patamar em 20 anos. Segundo ele, o ambiente é desafiador para empresas mais endividadas, mas não representa risco sistêmico.
O executivo projetou que o Banco Central pode iniciar o corte de juros no primeiro trimestre de 2026, o que deve aliviar as pressões sobre o balanço das companhias.
Leão também reforçou o objetivo de elevar o ROE para 20% no médio prazo e destacou o crescimento da base de clientes, que chegou a 72,8 milhões, dos quais 33,7 milhões são ativos.
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Mercado vê resultado forte e controlado
O Bradesco BBI classificou o resultado como forte, com lucro 8,4% acima do esperado. O banco destacou controle de custos, expansão da carteira de crédito e receitas maiores com serviços, fatores que compensaram perdas na tesouraria.
O Banco Safra avalia que a margem de mercado (NII) deve continuar pressionada até o início do ciclo de corte da Selic, previsto para 2026. Já o Citi considerou o desempenho “sólido, mas com pontos de atenção”, como aumento de inadimplência e despesas trabalhistas.
O Bradesco BBI mantém recomendação neutra para as ações do Santander, com preço-alvo de R$ 31, enquanto o Citi vê potencial de desvalorização para R$ 28.









