O leilão de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizado nesta sexta-feira (31) na sede da B3, em São Paulo, alcançou R$ 5,53 bilhões em investimentos entre os seis grupos vencedores.
Os projetos tiveram deságio médio de 47,98% em relação à Receita Anual Permitida (RAP) máxima de R$ 937 milhões. Os vencedores foram:
- Shalom FIP (lote 1)
- Rialma (lote 2)
- CPFL (lote 3)
- FIP Warehouse, do BTG (lote 4)
- EDP (lote 5)
- Eletrobras CGT Eletrosul-Axia (lotes 6 e 7).
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As obras incluem 1.081 km de linhas de transmissão de energia e subestações com 2.000 MVA de capacidade, distribuídas por 12 estados, do Rio Grande do Norte a São Paulo.
Leilão deve gerar 13 mil empregos
A Aneel estima a criação de cerca de 13 mil empregos diretos e indiretos ao longo da construção. Os empreendimentos têm prazo de operação entre 42 e 60 meses, com concessões de 30 anos.
Os projetos têm como objetivo escoar a geração de energia renovável, reforçar o atendimento a grandes centros de consumo e aumentar a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN).
No Nordeste, o lote 2 — vencido pela Rialma — será o principal destaque, cruzando Paraíba, Pernambuco, Maranhão e Piauí para conectar polos de geração eólica e solar.
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Os contratos de concessão devem ser assinados em 23 de fevereiro de 2026, e as empresas terão entre três e cinco anos para iniciar a operação comercial.
Expansão da rede e nova lei do setor elétrico
Os projetos fazem parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal e estão alinhados à expansão da malha de transmissão, necessária para acompanhar o avanço das fontes renováveis no País.
Durante o evento, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, comentou sobre a nova lei do setor elétrico (ex-MP 1.304) e afirmou que a aprovação pode encarecer a conta de luz caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vete alguns trechos.
Segundo ele, a Geração Distribuída (GD) continuará crescendo de forma desordenada se a lei for sancionada integralmente, o que pode transferir custos para os consumidores.
“Quando a geração distribuída deslocar a geração centralizada, a geração centralizada será ressarcida pelos consumidores. Então, sim, essas alterações aumentarão a tarifa”, alertou Feitosa.
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Troca de críticas entre Aneel e MME
Feitosa também rebateu críticas feitas pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que acusou a agência de “morosidade” na renovação das concessões de distribuidoras. Segundo o ministro, apenas duas das 19 renovações foram concluídas.
O diretor-geral da Aneel afirmou que a governança interna da agência não permite interferência direta nos processos e que o volume de pendências foi reduzido pela metade desde o início de sua gestão.
“Os relatores são autônomos. O tempo médio de deliberação caiu de 120 para 80 dias”, afirmou.
Silveira, por sua vez, defendeu a necessidade de celeridade para atrair mais investimentos e citou o caso da Neoenergia Pernambuco, cuja renovação vai gerar R$ 6,1 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos.









