O Bitcoin (BTC) voltou a operar em alta no fim da tarde desta segunda-feira (24), após testar novas mínimas mais cedo e tentar estabelecer um piso depois da forte correção da semana passada, quando atingiu o menor nível em sete meses.
O movimento ocorre em meio à cautela dos investidores, que acompanham a trajetória dos juros nos Estados Unidos e fatores específicos do setor cripto.
Por volta das 17h (de Brasília), o bitcoin avançava 1,58%, a US$ 88.796,39, enquanto o Ethereum (ETH) subia 4,63%, a US$ 2.957,36, segundo dados da plataforma Coinbase.
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Pressões sobre preço do bitcoin e juros nos EUA
Mais cedo, o bitcoin rondou a faixa de US$ 87 mil, mantendo distância do recorde recente e acumulando queda de cerca de 30% em relação ao pico histórico.
Segundo o Deutsche Bank, a combinação de aversão ao risco, incerteza sobre o ritmo de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) e fatores internos — como liquidez mais fraca e realização de lucros — explica parte da volatilidade recente.
Especialistas avaliam que, se as chances de manutenção de juros nos EUA voltarem a subir, o cenário pode estimular novas vendas. Victoria Scholar, chefe de investimentos da Interactive Investor, afirmou ao Broadcast que o suporte em US$ 80 mil permanece no radar dos traders.
Uma quebra desse patamar poderia reforçar a pressão vendedora, em um ambiente sensível aos movimentos de aversão a risco global.
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Fluxos e regulação também influenciam
Os fluxos para fundos cripto também indicam maior cautela. O iShares Bitcoin Trust, maior ETF do setor, registrou saída recorde de US$ 2,2 bilhões em novembro. A Strategy, referência para parte do mercado por movimentar posições relevantes, não confirmou novas compras na semana.
No cenário internacional, o Japão avançou em regras que exigem que corretoras de criptomoedas mantenham reservas suficientes para cobrir obrigações em caso de falhas, reforçando o foco regulatório sobre o setor.
Regulação cripto no Brasil
No Brasil, a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) classificou nesta segunda como positiva a regulamentação final do Banco Central para as Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (PSAVs).
Segundo a entidade, as normas publicadas em 10 de novembro — resoluções 519, 520 e 521 — estão alinhadas às demandas do mercado e ampliam a segurança das operações com ativos virtuais.
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As regras completam a implementação da Lei 14.478/22, que estruturou o marco legal do setor. Entre as contribuições incorporadas pelo BC, a Anbima destaca a exigência de segregação de recursos entre empresas e clientes, mecanismo que protege investidores em cenários de falência ou problemas operacionais.
A associação afirma, porém, que ainda considera importante avançar na previsão de segregação patrimonial na legislação, reforçando a necessidade de coordenação entre Congresso e Banco Central para garantir previsibilidade ao setor.









