A produção de veículos no Brasil caiu 0,5% em outubro na comparação anual, somando 247,8 mil unidades, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pela Anfavea, associação que representa as montadoras.
Apesar da queda anual, houve alta de 1,8% frente a setembro, indicando recuperação parcial do ritmo de fabricação.
No acumulado de janeiro a outubro, foram produzidos 2,23 milhões de veículos, crescimento de 5,2% ante o mesmo período do ano passado. O volume considera carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
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Vendas e exportações de veículos mostram ritmos diferentes
As vendas internas somaram 260,7 mil unidades em outubro, queda de 1,6% em relação a 2024, mas aumento de 7,2% na comparação com setembro. No acumulado do ano, as vendas totalizam 2,17 milhões de veículos, avanço de 2,2% sobre o mesmo intervalo do ano anterior.
As exportações caíram 6,8% frente a outubro de 2024 e 22,7% na comparação mensal, totalizando 40,6 mil veículos. Ainda assim, no acumulado do ano, as vendas externas subiram 43,8%, impulsionadas principalmente pela demanda da Argentina, o principal destino das montadoras brasileiras.
Emprego e Selic preocupam o setor
O balanço também mostrou perda de 500 vagas nas montadoras em outubro, com o setor empregando 110,9 mil trabalhadores.
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Durante coletiva realizada em Belém, durante a COP30, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, afirmou que 2026 deve ser um ano desafiador, caso a taxa Selic permaneça em 15% até o fim do primeiro trimestre.
“Uma Selic mantida em 15% é praticamente um impeditivo para a compra de alguns segmentos de veículos”, disse Calvet, destacando a queda nas vendas de caminhões, cuja produção acumula recuo de 7,3% no ano.
Setor pede estímulos para veículos pesados
Calvet defendeu medidas de estímulo para o segmento de pesados, como a redução do IOF em operações de crédito e a ampliação de linhas do BNDES para renovação da frota.
Ele lembrou que o Programa Carro Sustentável, lançado pelo governo federal, impulsionou o segmento de leves ao zerar o IPI sobre veículos de entrada. “Nosso setor é muito sensível à tributação e ao preço. Qualquer alteração o consumidor responde”, afirmou.
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Crise dos semicondutores perde força
Calvet também informou que o risco de falta de chips e semicondutores para a indústria automotiva diminuiu. Segundo ele, o impasse entre o governo chinês e a Nexperia — que havia restringido a oferta global de insumos — começou a ser solucionado.
“A informação que temos é de que há uma retomada gradual no mercado de semicondutores”, disse o executivo.
Ele destacou que o setor manteve diálogo direto com o governo chinês para evitar paralisações e que cada montadora ainda opera com estoques próprios, o que reduziu os impactos imediatos.









