A economia do Japão encolheu 0,4% no terceiro trimestre, interrompendo uma sequência de seis trimestres de crescimento moderado registrada desde o início de 2024, conforme apontam dados preliminares do governo divulgados nesta segunda-feira (17).
A retração do Produto Interno Bruto (PIB) japonês foi motivada principalmente pelo enfraquecimento do consumo doméstico, atribuído ao impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Outro fator que pressionou o crescimento da economia foi a oscilação do investimento imobiliário, após a adoção de regras ambientais mais rígidas desde abril para novas construções.
Em termos anualizados, o PIB japonês caiu 1,8%, em linha com a mediana das projeções do mercado.
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Consumo perde força com alta dos alimentos após tarifas
O consumo privado do Japão avançou 0,1% no terceiro trimestre, alinhado às estimativas, mas abaixo dos 0,4% registrados entre abril e junho. O desempenho foi limitado pelo aumento dos custos dos alimentos, que reduziu o apetite das famílias para gastar.
“O consumo privado cresceu pelo sexto trimestre consecutivo e os investimentos em capital aumentaram pelo quarto trimestre consecutivo”, afirmou o ministro da Revitalização Econômica, Minoru Kiuchi.
“Isso reforça nossa visão de que a economia permanece em um caminho de recuperação moderada”, disse.
Já os investimentos em bens de capital, considerado um dos principais motores do crescimento impulsionado pela demanda privada, subiram 1% no período, acima da estimativa do mercado, de 0,3%.
Exportações recuam e derrubam PIB do Japão
A demanda externa retirou 0,2 ponto percentual do PIB entre julho e setembro. Essa retração reflete o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que elevaram custos para exportadores japoneses.
As montadoras, que haviam antecipado embarques antes do aumento tarifário, registraram queda no volume de remessas ao longo do trimestre. Com isso, as empresas absorveram parte da tarifa com cortes de preços, mas as exportações permaneceram como o principal peso sobre o PIB.
Em setembro, Japão e EUA formalizaram acordo que fixou tarifa básica de 15% sobre quase todas as importações japonesas, substituindo encargos anteriores de 27,5% para automóveis e 25% para a maioria dos bens. Ainda assim, exportadores seguem enfrentando a tarifa de 15% nas vendas ao mercado americano.
Investimento imobiliário recua 9,4% com novas regras ambientais
O setor imobiliário japonês alternou entre avanços e quedas ao longo desse ano diante de regras ambientais mais rígidas adotadas em abril, que aumentaram incertezas sobre o ritmo das novas construções. Na comparação trimestral, o investimento imobiliário caiu 9,4%.
Economistas avaliam que o declínio está ligado a fatores temporários e à adaptação do mercado às novas exigências. E como o setor é sensível aos juros, avaliam que o resultado possa influenciar a posição do governo sobre futuros ajustes de taxa.
Fragilidade do PIB pode adiar ajustes de juros pelo Banco do Japão
O desempenho mais fraco da economia reforça a expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) mantenha a taxa básica de juros (atualmente em 0,5%) inalterada.
A instituição evita mudanças desde janeiro, devido às incertezas ligadas às tarifas americanas e ao impacto do custo de vida sobre o consumo.
A próxima reunião de política monetária ocorrerá em 18 e 19 de dezembro.
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Nesta sexta-feira (21), o governo japonês divulgará a inflação de outubro. A expectativa é de alta de 2,9% nos preços ao consumidor excluídos alimentos frescos, acima da meta de 2% do Banco do Japão. Uma leitura mais forte pode reacender discussões sobre ajustes graduais na política monetária.









